30 de setembro de 2016

50 ANOS DO XUÁ CLUBE CAMPESTRE DE SALINAS

Primeiro clube de Salinas.

Por Roberto Carlos Morais Santiago


Fundado no dia 15 de agosto de 1966, o mais tradicional clube de Salinas fez 50 anos no dia 15 de agosto de 2016.

Até a década de 1960, Salinas não possuía clube recreativo. A juventude salinense sentia essa lacuna. Certo dia, numa ensolarada manhã após a missa na Igreja Matriz de Santo Antônio, os amigos Osvaldo Bernardino, Rafael Daconti e Sérgio Rodrigues se encontraram na farmácia de Osvaldo Bernardino para discutir a ideia de construir um clube na cidade.

O assunto logo percorreu positivamente na sociedade salinense e em pouco tempo foi arrecadado quantia de três milhões de cruzeiros para aquisição de terreno. A primeira tentativa de comprar um terreno foi na Mestiça, mas não deu certo. Posteriormente, foi localizado terreno ideal nas margens do rio Ribeirão de propriedade do fazendeiro Geraldo Loiola. Inicialmente não aceitou vender terreno para construir o clube. Porém, acabou cedendo e fixou o valor do terreno em três milhões de cruzeiros. O negócio foi fechado.

Da ousadia e tenacidade de um grupo de amigos surgiu clube que faz parte da história de Salinas. Foi inaugurado no dia 15 de agosto de 1966, originalmente com o nome de Ribeirão Campestre Clube. No dia 1º. de setembro do mesmo ano foi rebatizado para Xuá Clube Campestre. Historicamente, o clube tem participação importante na formação cultural, social e esportiva de milhares de salinenses.

Primeiro presidente do clube.
Os sócios fundadores do Xuá Clube Campestre de Salinas foram: Sérgio Aberto Rodrigues, Antônio Rafael Daconti, Osvaldo Bernardino, Noé Corrêa, Florisberto Cândido de Oliveira, Fidélis Soares Guimarães, Geraldo Paulino Santanna, Carlos Humberto de Almeida, Délo Bernardino, José Eraldo Corrêa, Fábio Assunção, João Costa, Jair Henrique de Souza, Jaime Cardoso de Araújo, Ivo Miranda de Morais, Geraldo Pereira Borges, Carlos Aloísio Corrêa, José Oraldo Mendes, Dorival Bernardino, Carlos Garcia Mojato, José Joel Ribeiro da Cruz, José Osvaldo Lima Soares, Fábio Freire, José Pacífico Oliveira Neto, Moacir Ribeiro, Antônio Fontenelle Ribeiro, Oscar Cangussú Fernandes, Valdeir Soares Guimarães, Frederico Wilson Bitencourt, Geraldo Costa, Artur Mendes Filho, Rodrigo Magalhães, Lineu Martins, Luiz Gonzaga Martins, Mariano Dias Viana, João de Deus Mendes, Manoel Brito, Noeno Corrêa.

21 de setembro de 2016

FREGUESIA DE SALINAS

Em 1855, século XIX, Salinas era distrito da Vila de Rio Pardo. A lei mineira nº 730, de 14 de maio de 1855, elevou à Freguesia o distrito de Santo Antônio de Salinas, então pertencente ao município de Rio Pardo. A lei foi assinada por Francisco Diogo Pereira de Vasconcelos, presidente da Província de Minas Gerais. Poucos anos depois, em 1880, o distrito se emancipa e é elevado à categoria de município. Eis o texto na íntegra:

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Fonte: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/leis_mineiras_docs/viewcat.php?cid=1453

6 de setembro de 2016

DARCY FREIRE

Darcy Freire (1923-1979).
Por Roberto Carlos Morais Santiago

DARCY FREIRE, poeta e escritor, nasceu em Salinas no dia 2 de fevereiro de 1923. Estudou o secundário no Rio de Janeiro, depois Engenharia na Escola de Minas, em Ouro Preto.

Abandonou suas atividades para se dedicar à vida familiar e iniciar vida literária em Salinas. Publicou inúmeros artigos nos jornais “Cidade de Salinas” e a “A Bola”. Foi autor de livros, dentre eles “Coivaras” e “Conselhos e Canções”, nas décadas de 1950 e 1960.

Na década de 1950 entrou para a política. Foi eleito vice-prefeito de Salinas (1950-1954) ocupando o cargo interino de prefeito por dois anos, período em que houve grande florescimento cultural, artístico e esportivo em Salinas. Na capital mineira ocupou diversos cargos públicos, como diretor do Instituto Estadual de Floresta e assessor em Secretarias do Governo de Minas Gerais.

É patrono da Academia de Letras de Salinas. De grande sensibilidade literária é considerado a mais importante influência sobre a nova geração de poetas e escritores salinenses. Faleceu em 1979 aos cinquenta e seis anos. 

Abaixo, transcrição de um dos muitos poemas que fez:


TERRA DE MINHA VIDA
(Darcy Freire)

Oh! Minha terra, berço meu, Salinas,
Prisma encantado de mil e uma arestas,
Onde a esperança verde das florestas
Sepulta as esmeraldas – turmalinas!
Cascatas sonhadoras, sempre em festas
Carregam prata e sol como meninas
Travessas, e, no prado, as boninas
Mostram baton às flores mais honestas...
Amo a paisagem de ametista e jade,
Que emoldura o meu quadro de saudade...
Oh! Salinas! Oh! Minha Shangri-lá!
Onde ouvi, vez primeira, a voz materna;
Onde senti, no peito, a voz interna,
Onde meu filho me chamou papá...

1 de setembro de 2016

REGIÃO DE SALINAS É INTEGRADA À CAPITANIA DE MINAS GERAIS

13 DE MAIO DE 1757 - O Rei de Portugal, Dom José (1714-1777), em face dos “descaminhos dos diamantes” determina desmembramento da Capitania da Bahia o território da Comarca das Minas Novas do Fanado com sede na Vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso das Minas Novas do Araçuaí (atual município de Minas Novas), incorporando à Capitania de Minas Gerais. A região de Salinas e o Alto Rio Pardo integram este território. Vejamos:

“Dom José por graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves d´aquém e d’além mar, em África Senhor da Guiné etc.

Faço saber a vós Governador, e Capitão General do Rio de Janeiro, a cujo cargo está o Governo das Minas Gerais, que sendo me presente, que os descaminhos que há de muitos diamantes, que aparecem fora do contrato, procede da pouca observância que na Comarca das Minas Novas do Fanado, tem as ordens do Intendente Geral dos Diamantes, por pertencer ao Governo da Bahia, e distar dela mais de duzentas léguas, quando fica mais vizinha, e em distância só de quarenta léguas da Comarca de Serro do Frio onde reside o dito Intendente, que poderá com maior facilidade das as providências necessárias, para se evitar uma tão prejudicial extração, unindo-se estas duas comarcas, que se compreendem na demarcação que mandei fazer das terras proibidas para nelas não minerarem os povos, e tendo a isto respeito, e a outros justos motivos, houve por bem, por Decreto de onze do corrente mês e ano, separar do Governo da Bahia as referidas Minas Novas do Fanado, e que fiquem unidas com as tropas que nelas se acham, da Comarca do Serro Frio, e Governo das Minas Gerais, que antes pertenceram; e fui servido ampliar a jurisdição do sobredito Intendente Geral dos Diamantes, para que nelas igualmente exercite; não obstante as ordens que tem havido em contrário; de que vos aviso para que assim o tenhais entendido e mandeis registrar esta minha ordem nos livros da Secretaria desse Governo. El-Rei nosso senhor, o mandou pelos seus Conselheiros Ultramarinos abaixo assinados. Lisboa a 13 de maio de 1757. O Secretário Joaquim Miguel Lopes de Lavre a fez escrever. Antônio de Azevedo Coutinho. Antônio Lopes da Costa.”
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(Fonte: PIRES, Simeão Ribeiro. Raízes de Minas. Montes Claros, 1979, págs. 190-191).