31 de maio de 2016

FALECIMENTO DE OSWALDINA SANTIAGO

Por Roberto Carlos Morais Santiago

A salinense Oswaldina Santiago faleceu em casa aos 99 anos de idade no dia 29 de janeiro de 2016 na cidade norte-americana de Boynton Beach, Flórida. O seu sepultamento ocorreu no Palm Beach Memorial, na cidade de Lantana, também na Flórida.

Filha de José Santiago (1873-1944) e Virgínia Celestina Santiago (1882-1965) nasceu no dia 16 de maio de 1917 no povoado de Lagoinha, zona rural do município de Salinas. Era a caçula de doze filhos e a última a falecer.

Foi casada com José de Abreu Lima e deixou os filhos Geraldo Santiago de Abreu e Mirtes Santiago de Abreu, sete netos (Berenice, Elaine, Elisângela, Fábio, Hadson, Júlio e Neimar) e onze bisnetos (André, Artur, Daniel, Gabriella, Israel, Júlia, Luan, Osvaldo, Rebecca, Sabrina e Scott), deixando um hiato familiar que agora se perpetua com seus sucessores.

A família Santiago surgiu em Salinas no ano de 1898, final do século XIX com os patriarcas José Santiago e Virgínia Celestina Santiago. Ele oriundo de Diamantina, Minas Gerais; e ela oriunda de Urandi, Bahia.



3 de maio de 2016

"EFEMÉRIDES RIOPARDENSES"

Capa do livro.
Por Roberto Carlos Morais Santiago

O italiano Cônego Newton Caetano de Angelis além de ser padre foi cultor das letras, historiador e exímio pesquisador no Brasil. Deixou ao povo da microrregião de Salinas (Alto Rio Pardo), norte de Minas Gerais, grande obra literária digna de todos os elogios.

O seu livro intitulado “Efemérides Riopardenses” (Salinas: R & S Arte Gráfica, 1998, 4 volumes) traz extensa pesquisa de fatos históricos e genealogia de famílias que povoaram a região de Salinas desde os tempos da colonização lusitana até 1972, final do século XX.

A obra literária é resultado de vinte e sete anos de pesquisa. São citados 2.980 fatos históricos e cerca de dez mil pessoas. Se você é da região de Salinas e quer conhecer seus antepassados pode começar sua pesquisa pelo livro “Efemérides Riopardenses” e vai se surpreender. O livro é riquíssimo em informações históricas sobre a origem dos municípios da região e dos seus pioneiros.

Infelizmente o livro não é encontrado em livrarias. Pouquíssimas bibliotecas da região o possuem. Pelo seu valor histórico merece uma nova edição que poderia ser realizada pelas prefeituras da região em parceria com os familiares do Autor. Fica a sugestão do blog História de Salinas.

1 de maio de 2016

CORONEL IDALINO RIBEIRO

Cel. Idalino Ribeiro (1879-1973).
Por Roberto Carlos Morais Santiago


Coronel Idalino Ribeiro é um dos maiores personagens políticos da história de Salinas. Foi chefe político de fato e direito na região de Salinas por quase meio século. Pouco se sabe sobre sua pessoa. Há poucos registros. Poucos livros abordam sua trajetória política, como "Octacilíada: Uma Odisséia do Norte de Minas", de autoria de Abdênago Liboa, e "O Caminho de Volta - A travessia do Deserto", autoria de Geraldo Paulino Santana. São dois livros interessantes que o blog História de Salinas recomenda para quem deseja entender os meandros da política salinense no século XX.

Idalino Ribeiro, filho de João Nepomuceno e Benevinda Costa Ribeiro, nasceu em Salinas no dia 3 de maio de 1879, final do século XIX. Sua família é uma das pioneiras de Salinas com raízes em Rio Pardo de Minas. Em 11 de julho de 1904 se casou com Laudelina Chaves, filha única do rico fazendeiro e político José Chaves. Da união teve quatro filhos: Odete Chaves Ribeiro, José Chaves Ribeiro, Osmane Ribeiro e Severina Chaves Ribeiro.

Ainda jovem, com o apoio do deputado Edmundo Blum, que representava a região do Alto Rio Pardo, foi nomeado fiscal de impostos de consumo do Estado com salário de 120$000 réis e mais 5% da renda. A sua área de fiscalização era imensa alcançando os municípios de Salinas, Grão Mogol, Araçuaí, Pedra Azul, Jequitinhonha, até o Salto da Divisa. Ganhou, ainda, patente para negociar fumo. Em vida se firmou como pessoa influente, comerciante e político.

Foi chefe político em Salinas por quase meio século. De 1918 a 1930 foi Agente Executico (cargo equivalente a prefeito atual) que era ocupado pelo presidente da Câmara de Vereadores. De 1930 a 1959, impôs todos os prefeitos (nomeados ou eleitos) do município, quando seu candidato foi derrotado pelo sobrinho e emergente político emergente Geraldo Paulino Santanna. A partir daí entrou em dacadência política.

Em 1923, foi responsável pela construção e inauguração de ponte de madeira ligando o centro ao bairro São Geraldo. O construtor responsável foi o carpinteiro Viroti, de Jequitaí, que ganhava 15$000 por dia, muito dinheiro para a época.

Em 1928, com a chegada dos primeiros automóveis em Salinas, promoveu a construção da estrada de rodagem de Salinas a Brejo das Almas (atual Francisco Sá) ficando pronta em 1929. O governador Olegário Maciel Dias, de 1931 a 1933, refez a estrada, pagando o conto de réis por quilômetro com intuito de dar serviço para grande número de desempregados que estavam criando problemas para o Estado. O Coronel Idalino Ribeiro financiava a construção sendo reembolsado pelo Governo de Minas posteriormente.

Palacete especialmente construído em 1933 pelo Cel. Idalino Ribeiro
para receber o governador Benedito Valadares.
Em 1933, como forma de demonstração de poder e prestígio político construiu palacete residencial especialmente para receber o governador Benedito Valadares que veio participar da inauguração da reforma da estrada que liga Salinas a Brejo das Almas. Por muitos anos a política salinense foi articulada nas salas deste palacete.

No período em que esteve no poder, toda população de Salinas e região, diretamente ou indiretamente, era influenciada pelo Cel. Idalino Ribeiro. A sua palavra era derradeira e decisiva. Por respeito ou medo todos o reverenciavam. Existiam outros coronéis em Salinas de menor expressão em sua época como Bernadino Costa, Procópio Cardoso, Moysés Ladeia. É fato inconteste que o  Cel. Idalino Ribeiro estava acima de todos. Dizem que sua ascensão ao poder político em Salinas foi à força e contou com apoio de jagunços baianos e parte da elite local. 

Representou fielmente na região de Salinas o papel de chefe oligárquico numa época em que oligarquias familiares eram células importantes no xadrez político da República Velha no Brasil (1889-1930) e da era Getúlio Vargas (1930-1945).

Cel. Idalino Ribeiro faleceu em Belo Horizonte no dia 28 de outubro de 1973, aos noventa e quatro anos. Seguramente figura no rol dos homens mais importantes da história de Salinas.


Artur Mendes, Cel. Idalino Ribeiro, Dr. Anthero Ruas e Antônio Neves.
(Fonte da imagem: Abdênago Lisboa)