21 de outubro de 2011

A EPOPÉIA DA ESCOLA ESTADUAL CEL. IDALINO RIBEIRO

Por Roberto Carlos Morais Santiago


A construção do prédio da atual Escola Estadual "Cel. Idalino Ribeiro" (antigo Instituto Nossa Senhora Aparecida - INSA) foi épica. Foi iniciada em 1953 pelas irmãs franciscanas tendo como líder a irmã Narcisa Chamone e concluída por etapas. Contou com a colaboração da população salinense e de pessoas influentes como os deputados Clemente Medrado e José Chaves Ribeiro, Geraldo Paulino Santana, Abdênago Lisboa - diretor da Escola Agrícola -  que  cedia o caminhão da escola, dirigido por Anísio Guimarães, para carregar material de construção. Enfim, foi uma construção coletiva em prol da educação. A cidade entrou no espírito solidário para a construção do colégio.

A ideia da construção do colégio se deu em conversa entre Mendo Correa, Dr. Olinto e outros, com a presença do frei Joaquim, da paróquia de Salinas. Chegaram a conclusão que o local ideal seria em terreno dos herdeiros de Catolino Gomes.

O frei Joaquim entrou na conversa e desafiou os participantes a conseguirem o terreno que daria um jeito de construir o colégio. Por fim o terreno logo foi comprado. Frei Joaquim, que era tido como "doido" recorreu à Irmã Noêmia, Superiora Geral da Ordem Franciscana, conseguindo autorização, recursos e estímulo para a grande obra.

A irmã Narcisa Chamone, que chegou a Salinas em 1950, levou adiante o glorioso empreendimento sob orientação da Ordem Franciscana. Com jeito e determinação atraiu para a obra a atenção do povo salinense que deu valiosa contribuição, principalmente as mulheres, que não deixavam faltar nada para as irmãs responsáveis pelo empreendimento. O prédio foi concluído e inaugurado no início da década de 1960 e recebeu o pomposo e justo nome de Instituto Nossa Senhora Aparecida, popularmente conhecido por "INSA" em homenagem às franciscanas.

O "INSA" deu grande impulso na edução no município de Salinas. Ali estudaram gerações de alunos que era administrado pelas irmãs franciscanas. No dia 13 de outubro de 1969, o governador Israel Pinheiro Silva aprova Lei Estadual nº. 5.296 denominando o colégio de "Instituto Nossa Senhora Aparecida" atendendo projeto de iniciativa do deputado estadual Geraldo Paulino Santana.

Por razões políticas o "INSA", até então administrado pelas irmãs franciscanas, foi estadualizado no início da década de 1980. Tanto que no dia 8 de outubro de 1982 foi aprovada Lei Estadual nº. 8.288, assinado pelo governador Francelino Pereira dos Santos,  alterando o nome do estabelecimento de ensino para "Escola Estadual Cel. Idalino Ribeiro de 1º. e 2º. Graus" em homenagem ao grande político da primeira metade do século XX que por mais de 40 anos foi o principal político mandatário na região de Salinas (leia artigo sobre Cel. Idalino Ribeiro no blog).

Encerrado o ciclo das irmãs franciscanas, a nova escola estadual continuou com sua importância histórica no processo de inclusão de saber e cultura da juventude salinense. Atualmente é uma das maiores escolas estaduais de toda a região norte-mineira com mais de dois mil alunos. O legado das irmãs franciscanas continua.

4 de outubro de 2011

LEI PROVINCIAL Nº. 3.485 QUE ELEVOU À CATEGORIA DE CIDADE A VILA DE SANTO ANTÔNIO DE SALINAS FAZ 124 ANOS

Salinas na década de 1920. A casa da esquina foi a antiga residência do Coronel Idalino Ribeiro com o famoso jenipapeiro à sua frente. (fonte da imagem: Abdênago Lisboa)










Hoje é dia de festa em Salinas. Comemora-se 124 anos de elevação da Vila de Santo Antônio de Salinas à categoria de cidade. Foi no dia de 4 de outubro de 1887, no final do século XIX, ainda no II Império de D. Pedro II. Embora não seja a data mais importante esta é reconhecida pelo poder público municipal de Salinas como a data da emancipação de Salinas o que é um erro histórico. A data oficial deveria ser 19/01/1883, quando da instalação da 1ª. Câmara Municipal ou 18/12/1880, quando da criação do município pela Lei Provincial nº. 2.725.

De qualquer forma a data é digna de registro pela sua importância histórica. O reconhecimento de cidade veio do governo da província de Minas Gerais através da Lei Provincial nº. 3.485, de 4/10/1887, assinada pelo presidente da Província, Luiz Eugênio Horta Barbosa, em Ouro Preto, na então capital mineira.


VILA DE SANTO ANTÔNIO DE SALINAS
É ELEVADA A CATEGORIA DE CIDADE

O Dr. Luiz Eugênio Horta Barbosa, Presidente da Província de Minas Gerais: Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembléia Legislativa Provincial decretou, e eu, sancionei a Lei seguinte:

Art. 1º - A cidade do Calhau denominar-se-á cidade do “Araçuaí”.

Art. 2º - A sede da freguesia de Morrinhos, município da Januária, fica transferida para a povoação e distrito de Santo Antônio da Manga, no mesmo município.

Art. 3º - Ficam elevadas a categoria de cidade as vilas da Boa Vista do Tremedal, da comarca do Rio Pardo, e Santo Antônio de Salinas, da de Grão Mogol.

Art. 4º - Fica transferida da freguesia de Santana de Contendas, município de Montes Claros, para a de Nossa Senhora das Dores da Januária, a fazenda do “Bom Sucesso”, pertencente aos herdeiros do tenente coronel Manoel Caetano de Souza e Silva e de Francisco de Paula Fogaça.

Art. 5º - Revogam-se as disposições em contrário.

Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir, tão inteiramente como nela se contém.

O Secretário desta província a faça imprimir, publicar e correr.

Dada no Palácio da Presidência da Província de Minas Gerais, aos 4 de outubro de 1887.

Luiz Eugênio Horta Barbosa
Presidente do Estado

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