11 de junho de 2011

Blog História de Salinas fazendo sucesso

Para minha surpresa e alegria deparei com um texto do jornalista José Prates, 84 anos, no site montesclaros.com comentando meus textos sobre a história de Salinas e região. Serve de estímulo para continuar escrevendo, pesquisando, enfim, procurando trazer à tona o passado de Salinas que é digno de registro. Eis o texto que merece ser lido:

A história de Salinas, segundo Roberto Carlos Santiago

José Prates

Chegou-me um e-mail enviado por Roberto Carlos Morais Santiago que me conta um pedaço da história de Salinas, uma pequena cidade do Norte de Minas, perto de Montes Claros, cujo Prefeito Municipal é nosso xará, o que nos honra. Não conheço a cidade, nunca fui até lá, mas, conhecia a sua influência nas atividades comerciais e agrícolas, como, também, política nas cidades em torno, algumas desmembradas da própria Salinas e depois emancipadas, como foi o caso de Taiobeiras.

Roberto Carlos fala no Coronel Paulino Santana, cuja influencia política eu suponho ter conhecido quando militava no jornalismo montesclarense em 1953. Lembro-me que nessa ocasião entrevistei um político salinense de grande influencia que se encontrava em Montes Claros. Estávamos à véspera da candidatura Juscelino a Presidência da Republica e esse político salinense tinha encontro marcado com os políticos montesclarenses para conchavos que incluíam pedidos ao dr. Juscelino, então Governador de Minas. Estavam organizando uma comissão de políticos locais para ir a Belo Horizonte, com essa finalidade.

O que achei interessante e que me trouxeram saudades pela lembrança de minha terra, cidade pequena, encravada no sertão baiano, foram as fotografias do casario. Parece que são cópias de uma cidade para outra porque se nos apresentam iguais na beleza poética e no romantismo que empresta ao lugar. A Praça do Mercado que não chamávamos de Praça, mas, simplesmente, o Largo do Mercado; o largo da Igreja; o largo da Camara e outros largos que se tornaram Praças com direito a nomes de vultos da historia do lugar. Foto linda, linda, mostrando casas baixas, “pegadas” uma na outra, caiadas de branco e muitas janelas com vidraças bem desenhadas. O velho Mercado está lá esperando o sábado para abrigar os feirantes que vêm de longe com os burros arcados sob o peso das bruacas cheias de mercadorias para venda. Outra foto mostra um pátio do mercado lotado de feirantes e compradores indo de barraca em barraca. É o passado lindo e inocente. Hoje não existe mais isso porque o supermercado chegou e fechou a ”feira” que o “povo da roça” fazia, trazendo seus produtos no lombo dos animais.

Hoje, em nossos dias, o que resta daquele tempo de sonhos e poesia com as cidades mais parecendo cidades de presépio, em telas gigantes, são as lembranças que não se apagam nos que nasceram e viveram nesse ambiente de sonhos. Restam-nos escritores como Roberto Carlos que buscam o passado, esmiuçando cada pedaço da história que alegrou nossos antepassados. Vai-nos contando a saga dos que com seu trabalho e dinamismo, fizeram a historia que mostra aos jovens de hoje que, naquele tempo, com algumas exceções, a política partidária era feita visando o interesse social, o bem da comunidade.
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(José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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