26 de julho de 2011

Tributo à Salinas

Manoel Alves dos Anjos.
O blog História de Salinas recebeu de Manoel Alves dos Anjos, 72 anos, pedido especial no sentido de publicar poema, de sua autoria, em homenagem à Salinas, sua terra natal.

Nasceu em Salinas no dia 15 de dezembro de 1939, na primeira metade do século XX. É filho de João Pedro de Bessa (in memmorian) e Teodomira Alves de Jesus. Quando jovem foi professor em uma escola pública em Salinas. Nos momentos de lazer, foi um bom “tocador” de viola. Seguindo os passos de milhares de salinenses em busca de uma vida melhor, em 1969 se mudou para São Paulo para nunca mais voltar. Casou e constituiu família. Após 42 anos de ausência, desconfiado de que não teria outra oportunidade de rever sua amada terra fez belíssimo poema em homenagem à Salinas. Parafraseando o escritor salinense Danilo Borges, quem deixa Salinas esquece sua alma na amada terra. O poema do Sr. Manoel está aí para confirmar a tese. Boa leitura!


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Lembranças de minha querida Salinas

(Manoel Alves dos Anjos)


Sou filho do Norte de Minas Gerais, a terra do ouro e dos cafezais, oh Minas querida você é demais, és rica em ferro e outros metais, seus rios e campos e coqueirais, são coisas da infância que não voltam mais!

Eu me lembro à casinha onde eu morava, os amigos de infância com quem brincava a primeira escolinha onde eu estudava minha professora que eu tanto adorava.

Depois fui crescendo na zona rural, brincando na areia do rio bananal, à água branquinha parecia cristal, os pássaros cantando como se fosse um recital.

Eu amava tanto aquele lugar que nem percebia o tempo passar, se eu pudesse fazer o tempo parar, de novo eu queria recomeçar...

Às vezes o destino, é cheio de maldade, às coisas da infância transformam em saudade, a lembrança de tudo dói mais com a idade, principalmente distante da realidade...

Eu nunca esqueço o povo mineiro, pois é um povo hospitaleiro, você almoça e janta não precisa dinheiro, ali está o exemplo do bom brasileiro!

O doce de leite, o queijo mineiro, se tornara conhecido até no estrangeiro, quem que não gosta do feijão tropeiro, do requeijão, e do bolo caseiro?..

Ai que saudade da terra querida, onde á alegria faz parte da vida, eu sinto saudade até da comida, a carne de sol, rapadura e batida...

A terra querida, onde nascemos, é algo na vida, que nunca esquecemos, foi ali que nascemos, e ali crescemos, os bons momentos que lá vivemos os amigos de infância jamais esquecemos...

Eu sinto saudade daqueles amigos, que há muito tempo, ali eu deixei, o tempo passa não volta mais, mas com saudade eu te lembrarei da minha casinha e dos meus amigos e da mocidade que ali passei.

Eu montava a cavalo, e ali passeava das festas juninas, é que gostava, em todas as festas em que chegava, a namoradinha ali já estava, minha prenda querida que tanto adorava, a noite inteira, com ela eu dançava.

Adeus Salinas, terra onde nasci, minha linda cidade onde vivi, suas praças e ruas eu não esqueci, tudo isto é saudade que eu sinto de ti.

Hoje estou vivendo aqui bem distante, do meu recanto, eu recordarei, quando a saudade afoga o meu peito, não tem outro jeito, eu te lembrarei e você Salinas querida, no meu coração te guardarei.

Ó Salinas querida, eu quero dizer que esta homenagem eu fiz prá você e nunca na vida vou esquecer, esse berço adorado que me viu nascer.

4 comentários:

Anônimo disse...

Belo poema!

Edisio disse...

Sou suspeito ao deixar o meu comentário por ser seu filho, mas não posso deixar de dizer: como este poema é lindo e feito com palavras vindas do ''coração''.

Teodoro Alves Santos disse...

Teodoro Alves Santos disse:

Meu primo querido,
não poderia deixar de demonstrar aquí o quanto estou feliz em poder compartilhar contigo lembranças dos momentos em que passamos nesta terra tão querida...

Anônimo disse...

não sou filha e nem prima, mas amei o poema, meus pais são mineiros de salinas e é um lugar que desejo um dia voltar. smartajorge@yahoo.com.br