19 de junho de 2011

Cachaça Havana retorna para família de Anísio Santiago



Por Roberto Carlos Morais Santiago

Justiça seja feita! Em ato histórico a justiça federal por meio do juiz da 8ª. Vara Federal em Belo Horizonte, Dr. Renato Martins Prates, proferiu sentença favorável, publicada no Diário Oficial da União, de 07/06/2011, restabelecendo direito de uso da marca Havana ao produtor de cachaça Indústria e Comércio de Aguardente Menago (Havana) Ltda. que pertence a família de Anísio Santiago (1912-2002). Trata-se de decisão histórica uma vez que a disputa judicial pela marca Havana tinha como oponente a empresa multinacional Havana Club Holding produtora do rum Havana Club que pertence ao grupo francês Pernot Ricad, um dos maiores produtores de bebidas do mundo. A família de Anísio Santiago já vinha comercializando a cachaça como o nome Havana desde 2005, por meio de liminar concedida pela justiça estadual expedida pelo juiz da Comarca de Salinas, Dr. Evando Cangussu Melo. Desde então a disputa pela marca Havana foi parar na justiça federal que culminou em setença favorável aos herdeiros de Anísio Santiago, embora ainda caiba recurso.

A cachaça Havana é pioneira em Salinas. Surgiu em 1946 com o produtor Anísio Santiago, primeiro produtor de cachaça de Salinas a formalizar a produção de cachaça com a marca Havana, constituindo-se, desde então, na mais famosa marca de cachaça artesanal brasileira em face de sua qualidade e notoriedade. Tornou-se produto lendário no mercado de bebidas no Brasil.

Osvaldo Santiago exalta eufórico a conquista do direito de reaver a marca Havana em caráter definitivo. O sucessor de Anísio Santiago diz que “A marca Havana é um patrimônio econômico e cultural da família que luta para manter a tradição do patriarca Anísio Santiago. Temos um pacto de família em manter inalterado o processo de produção e comercialização da cachaça produzida na fazenda Havana que vem desde a época do meu pai.”

Em face do imblóglio da marca Havana, desde 2001 a marca Havana também é comercializada sob a marca Anísio Santiago. Agora, a família de Anísio Santiago possui duas marcas dignas representantes da mais genuína bebida basileira: a cachaça.

O jornal Estado de Minas traz reportagem do jornalista Luiz Ribeiro contando a saga da família de Anísio Santiago para reaver a marca Havana em definitivo. Também o jornal O Tempo traz interessante reportagm da jornalista Helenice Laguardia abordando o assunto. Vale conferir.

18 de junho de 2011

Literatura da região de Salinas

O livro aborda interessantes
aspectos da história e cultura da região.

Acabo de ler o interessantíssimo livro "Corografia do Município do Rio Pardo", de autoria de Antonino da Silva Neves, lançado pelo Arquivo Público Mineiro em 1908, relançado em 2008, comemorando o centenário da edição original do livro.


Trata-se de livro que aborda a história, cultura, relevo, povoamento e geografia da região do Alto Rio Pardo (atual microrregião de Salinas) até o início do século XX.


O livro é pouco conhecido do público. Com o relançamento bem que poderia ser distribuído em bibliotecas municipais e estaduais dos municípios da região com intuito de levar ao público jovem informações históricas e culturais.


O autor Antonino da Silva Neves foi pessoa de cultura refinada. Natural de Lençóis do Rio Verde (atual município de Espinosa) morou em vários países (Egito, Grécia, Índia, Japão, México, Turquia). Faleceu em Calcutá (Índia) a 31 de março de 1928, onde está sepultado. Seguramente foi um dos homens mais inteligentes da região norte-mineira.

14 de junho de 2011

Centro antigo de Salinas

Centro antigo de Salinas em 1959. Ao fundo o prédio do Fórum.
(Fonte da imagem: Abdênago Lisboa/Apolo Heringer)
Praça do mercado velho, década de 1930.

Praça do mercado velho de Salinas em 1959. 
A imagem diz tudo: nostalgia de uma época de ouro. Ah! Salinas!
Fonte da imagem: Abdênago Lisboa/Apolo Heringer.



13 de junho de 2011

Leitor elogia blog História de Salinas

Caro leitor, abaixo mensagem de elogio ao blog História de Salinas enviada pelo salinense Eduardo Duarte e Araújo, graduando em Comunicação Social (Relações Públicas) no Centro Universitário Newton Paiva, em Belo Horizonte:
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Caro Roberto Santiago,

É com grande prazer e admiração que escrevo este e-mail felicitando-lhe e me sentindo feliz, também, por saber que Salinas conta com um blog tão rico quanto o seu. Antes, devo me apresentar: me chamo Eduardo, tenho 22 anos e sou salinense, embora hoje more em Belo Horizonte, onde curso Comunicação Social (habilitação em Relações Públicas) pelo Centro Universitário Newton Paiva.

Por ter apenas 22 anos, sinto uma carência em informações sobre os tempos mais antigos da nossa cidade, uma vez que as próprias informações disponíveis por lá são de difícil acesso. Sempre busquei saber um pouco mais sobre a história política e econômica de nossa Salinas e sentia uma lacuna muito grande em termos de acesso a informação. Lacuna esta que veio a ser preenchida por seu blog e seus textos, que além de muito ricos em detalhes, são também bem escritos e organizados. Eu, enquanto graduando em comunicação, sempre tive interesse em blogs e sites, assim como tenho interesse em escrever, algo que faço com frequência, embora em outro viés, o esportivo, com três blogs ao qual colaboro.

Deixo meus votos para que siga trilhando este caminho e nos brindando com a história de Salinas, tão arraigada à própria história de sua família.

Ao ler os textos do seu blog, fico imaginando porque nas nossas escolas municipais não podemos ter uma matéria sobre a história de Salinas? Seria de grande mais-valia para a formação de nossos cidadãos o conhecimento acerca da história de nosso município, pois um povo que conhece e valoriza sua história é um povo que tende a andar pra frente, respeitando o passado e construindo um futuro melhor, algo que espero para Salinas.

Meu cumprimentos,


Eduardo Duarte e Araújo

11 de junho de 2011

Blog História de Salinas fazendo sucesso

Para minha surpresa e alegria deparei com um texto do jornalista José Prates, 84 anos, no site montesclaros.com comentando meus textos sobre a história de Salinas e região. Serve de estímulo para continuar escrevendo, pesquisando, enfim, procurando trazer à tona o passado de Salinas que é digno de registro. Eis o texto que merece ser lido:

A história de Salinas, segundo Roberto Carlos Santiago

José Prates

Chegou-me um e-mail enviado por Roberto Carlos Morais Santiago que me conta um pedaço da história de Salinas, uma pequena cidade do Norte de Minas, perto de Montes Claros, cujo Prefeito Municipal é nosso xará, o que nos honra. Não conheço a cidade, nunca fui até lá, mas, conhecia a sua influência nas atividades comerciais e agrícolas, como, também, política nas cidades em torno, algumas desmembradas da própria Salinas e depois emancipadas, como foi o caso de Taiobeiras.

Roberto Carlos fala no Coronel Paulino Santana, cuja influencia política eu suponho ter conhecido quando militava no jornalismo montesclarense em 1953. Lembro-me que nessa ocasião entrevistei um político salinense de grande influencia que se encontrava em Montes Claros. Estávamos à véspera da candidatura Juscelino a Presidência da Republica e esse político salinense tinha encontro marcado com os políticos montesclarenses para conchavos que incluíam pedidos ao dr. Juscelino, então Governador de Minas. Estavam organizando uma comissão de políticos locais para ir a Belo Horizonte, com essa finalidade.

O que achei interessante e que me trouxeram saudades pela lembrança de minha terra, cidade pequena, encravada no sertão baiano, foram as fotografias do casario. Parece que são cópias de uma cidade para outra porque se nos apresentam iguais na beleza poética e no romantismo que empresta ao lugar. A Praça do Mercado que não chamávamos de Praça, mas, simplesmente, o Largo do Mercado; o largo da Igreja; o largo da Camara e outros largos que se tornaram Praças com direito a nomes de vultos da historia do lugar. Foto linda, linda, mostrando casas baixas, “pegadas” uma na outra, caiadas de branco e muitas janelas com vidraças bem desenhadas. O velho Mercado está lá esperando o sábado para abrigar os feirantes que vêm de longe com os burros arcados sob o peso das bruacas cheias de mercadorias para venda. Outra foto mostra um pátio do mercado lotado de feirantes e compradores indo de barraca em barraca. É o passado lindo e inocente. Hoje não existe mais isso porque o supermercado chegou e fechou a ”feira” que o “povo da roça” fazia, trazendo seus produtos no lombo dos animais.

Hoje, em nossos dias, o que resta daquele tempo de sonhos e poesia com as cidades mais parecendo cidades de presépio, em telas gigantes, são as lembranças que não se apagam nos que nasceram e viveram nesse ambiente de sonhos. Restam-nos escritores como Roberto Carlos que buscam o passado, esmiuçando cada pedaço da história que alegrou nossos antepassados. Vai-nos contando a saga dos que com seu trabalho e dinamismo, fizeram a historia que mostra aos jovens de hoje que, naquele tempo, com algumas exceções, a política partidária era feita visando o interesse social, o bem da comunidade.
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(José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)