A cachaça produzida no município desde o fim do século XIX tem participação importante na economia local. Também é uma expressão cultural e histórica pelo modo de fazer dos produtores que mantém a tradição artesanal no processo de produção. Atualmente, são mais de 50 marcas e produção anual de mais de 4 milhões de litros. Algumas marcas salinenses possuem renome nacional e internacional pela sua qualidade e tradição.
30 de dezembro de 2009
Instituto Histórico e Geográfico de Salinas
Existem poucos Institutos Históricos e Geográficos no Brasil. O município de Salinas tem o seu. Em 1988 obteve o reconhecimento de utilidade pública do governo mineiro (ver lei abaixo). Infelizmente, parece que o Instituto Histórico e Geográfico de Salinas se encontra inativo. Uma pena, pois poderia ser um irradiador da cultura salinense com a publicação de revistas sobre a história do município e região. Bem que os sócios do instituto poderiam reativá-lo. Fica a sugestão.
..........
LEI Nº. 9614, DE 30/06/1988
Declara de utilidade pública o
INSTITUTO HISTÓRICO E
GEOGÁFICO DE SALINAS,
com sede na Cidade de Salinas.
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes,
decretou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - Fica declarado de utilidade pública o Instituto
Histórico e Geográfico de Salinas, com sede na Cidade de Salinas.
Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.
Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 30 de
junho de 1988.
Newton Cardoso - Governador do Estado
__________
Fonte: http://www.alemg.gov.br/
20 de dezembro de 2009
Registro de falecimento de salinenses
11 de janeiro de 1844 - Falece na Chácara da Salina, no distrito de Santo Antônio de Salinas, o Sargento-Mor José Cardoso de Araújo. Foi integrante da 1ª. Câmara Municipal de Rio Pardo de Minas. Pouco depois, foi o 1º. Juiz de Paz do distrito de Santo de Santo Antônio de Salinas, onde residia. Furriel em 1834, Sargento-Mor, Capitão e Juiz de Órfãos várias vezes de 1837 a 1840. Teve participação importante no desenvolvimento do distrito de Santo Antônio de Salinas.
26 de fevereiro de 1854 – Falece no distrito de Santo Antônio de Salinas, no sítio da Cachoeira (Fazenda Bananal), Padre Bernardino Ferreira da Costa, filho de José Ferreira da Costa e Isabel Maria do Rosário. Nasceu em 1778 na fazenda Tabúa, em Água Quente (atual Montezuma) em 1778. Era muito rico e deixou em testamento diversos legados, mandou passar carta de liverdade a escravos e instituiu por herdeiro Vicente Ferreira da Costa. Foi sepultado na Capela de Santo Antônio de Salinas. A capela caiu em 1914 e os restos mortais foram transferidos para a Capela de Nossa Senhora da Piedade e colocados ao lado do jazigo de Cônego Benício José Ferreira, sepultado na Igreja Matriz de Salinas, a 29 de maio de 1908. Em 1935, com a demolição da Capela de Nossa Senhora da Piedade, a lousa do Padre Bernardino Ferreira da Costa retirada e depositada na Casa Paroquial dos Franciscanos.
9 de fevereiro de 1926 – Falece em Conceição do Mato Dentro, Minas, o Juiz de Direito aposentado, Bazílio da Silva Santiago. Filho de Caetano José da Silva Santiago e Maria José da Silva Maia Santiago, nasceu no dia 2 de março de 1857, na Freguesia do Sacramento da Boa Vista do Recife, Pernambuco. No dia 14 de junho de 1879 casou-se com Elvira de Morais e Silva, em Recife. Formou em Direito em Recife colando grau no dia 11 de novembro de 1882. Aos 31 de janeiro de 1883, entrou em exercício de Promotro de Justiça em Cabrobó, Pernambuco. Aos 29 de novembro de 1886, tornou-se Juiz de Direito da Vila do Calhau (atual Araçuaí, Minas). Em Rio Pardo toma posse de Juiz de Direito aos 12 de junho de 1892. Pede sua transferência para a Comarca de Santo Antônio de Salinas, concedida em agosto de 1894. Fica viúvo em 1896. Em junho de 1900 é removido para a Comarca de Januária, mas não aceita a remoção. Desejando ficar mais perto da capital mineira, permutou com o Juiz de Direito de Conceição de Mato Dentro, Dário Augusto Ferreira da Silva. O povo de Salinas tomando conhecimento de sua remoção reúne-se em frente de sua residência, numa manifestação de apreço, pede para que não saia de Salinas. Comovido com tal manifestação de apoio e amizade, diz que Salinas lhe era muito querida, pois ali se achava o túmulo de sua esposa e o berço da segunda (casara-se novamente com Melinda Ferreira Santiago). Deu-lhes permissão de em seu nome, telegrafar desistindo da permuta. Quando foi realizada a transmissão, após longa viagem a Montes Claros, estação mais próxima, o decreto de remoção já havia sido assinado pelo governador de Minas Gerais. Com isso, saiu de Salinas a cavalo com a família no dia 27 de março de 1908, chegando a Conceição do Mato Dentro no dia 21 de abril, vinte e quatro dias depois. Ali exerceu as suas funções de Juiz de Direito até 24 de junho de 1924, quando se aposentou por invalidez.
1º. de março de 1950 – Falece em Salinas, Ana Vieira de Almeida (Sinhaninha), ficando todos os seus bens para o seu esposo Bernardino Ferreira Costa (Cel. Bernardino Costa), em virtude de testamento recíproco.
26 de fevereiro de 1957 – Falece em Salinas, Dr. Manuel Agostinho de Oliveira Morais, aos 67 anos. Natural de Mariana (MG), filho de Torquato José de Oliveira Morais e Ana Florinda de Oliveira Morais. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Minas Gerais em 1924. Casou-se em Mariana com Cecília Carvalho Morais e, ficando viúvo, transfere-se para Fortaleza (atual Pedra Azul), depois para Salinas, onde se casou com Clemência Miranda de Morais, aos 12 de fevereiro de 1929. Foi advogado na região de Salinas onde prestou relevantes serviços jurídicos. Deixou viúva e filhos: Antônio Filomeno de Oliveira Morais, Ivo Miranda de Morais, Sílvia de Oliveira Morais, Célia Miranda de Morais, Murilo Morais, Maria de Lourdes Morais, Aliete Ione Morais, José Miranda de Morais, Lívia Miranda de Morais e Elmo Miranda de Morais.
28 de outubro 1973 – Falece em Belo Horizonte, o salinense Coronel Idalino Ribeiro, aos 94 anos. É considerado um dos homens mais importantes da história de Salinas em face do legado que deixou como empresário e político.
22 de dezembro de 2002 - Falece Anísio Santiago, aos 91 anos, produtor da lendária cachaça Havana-Anísio Santiago, marca ícone da cachaça artesanal brasileira. Anísio Santiago foi responsável direto pela transformação de Salinas em referência nacional na produção de cachaça artesanal de qualidade com a cachaça Havana, marca pioneira na região. Figura entre os homens mais importantes da história de Salinas em face do legado que deixou ao povo de Salinas. Deixou a esposa Adélia Mendes Santiago e os filhos Anísia Mendes Santiago, Geraldo Mendes Santiago, José Mendes Santiago, Maria do Carmo Santiago, Nilton Santiago, Oraldo Santiago e Osvaldo Mendes Santiago e muitos netos.
8 de fevereiro de 2007 - Falece em Montes Claros, aos 91 anos, Adélia Mendes Santiago, viúva de Anísio Santiago (1912-2002), produtor da famosa cachaça Havana. Foi enterrada no cemitério de Salinas no túmulo do falecido marido.
6 de fevereiro de 2008 - Falece Noé Santiago Soares, vítima de ataque fulminante, no distrito de Nova Matrona, município de Salinas. Foi produtor da cachaça Canarinha, uma das marcas mais tradicionais de Salinas. Foi enterrado no cemitério de Nova Matrona.
18 de fevereiro de 2009 - Falece João Costa, aos 81 anos, maior historiador da região de Salinas. Deixou a esposa Cleusa Corrêa Costa e os filhos Cibele, Clever, Daniele, Dida, Hércules e Mariângela. No funeral recebeu justa homenagem do Instituto Histórico e Geográfico de Salinas.
26 de fevereiro de 1854 – Falece no distrito de Santo Antônio de Salinas, no sítio da Cachoeira (Fazenda Bananal), Padre Bernardino Ferreira da Costa, filho de José Ferreira da Costa e Isabel Maria do Rosário. Nasceu em 1778 na fazenda Tabúa, em Água Quente (atual Montezuma) em 1778. Era muito rico e deixou em testamento diversos legados, mandou passar carta de liverdade a escravos e instituiu por herdeiro Vicente Ferreira da Costa. Foi sepultado na Capela de Santo Antônio de Salinas. A capela caiu em 1914 e os restos mortais foram transferidos para a Capela de Nossa Senhora da Piedade e colocados ao lado do jazigo de Cônego Benício José Ferreira, sepultado na Igreja Matriz de Salinas, a 29 de maio de 1908. Em 1935, com a demolição da Capela de Nossa Senhora da Piedade, a lousa do Padre Bernardino Ferreira da Costa retirada e depositada na Casa Paroquial dos Franciscanos.
9 de fevereiro de 1926 – Falece em Conceição do Mato Dentro, Minas, o Juiz de Direito aposentado, Bazílio da Silva Santiago. Filho de Caetano José da Silva Santiago e Maria José da Silva Maia Santiago, nasceu no dia 2 de março de 1857, na Freguesia do Sacramento da Boa Vista do Recife, Pernambuco. No dia 14 de junho de 1879 casou-se com Elvira de Morais e Silva, em Recife. Formou em Direito em Recife colando grau no dia 11 de novembro de 1882. Aos 31 de janeiro de 1883, entrou em exercício de Promotro de Justiça em Cabrobó, Pernambuco. Aos 29 de novembro de 1886, tornou-se Juiz de Direito da Vila do Calhau (atual Araçuaí, Minas). Em Rio Pardo toma posse de Juiz de Direito aos 12 de junho de 1892. Pede sua transferência para a Comarca de Santo Antônio de Salinas, concedida em agosto de 1894. Fica viúvo em 1896. Em junho de 1900 é removido para a Comarca de Januária, mas não aceita a remoção. Desejando ficar mais perto da capital mineira, permutou com o Juiz de Direito de Conceição de Mato Dentro, Dário Augusto Ferreira da Silva. O povo de Salinas tomando conhecimento de sua remoção reúne-se em frente de sua residência, numa manifestação de apreço, pede para que não saia de Salinas. Comovido com tal manifestação de apoio e amizade, diz que Salinas lhe era muito querida, pois ali se achava o túmulo de sua esposa e o berço da segunda (casara-se novamente com Melinda Ferreira Santiago). Deu-lhes permissão de em seu nome, telegrafar desistindo da permuta. Quando foi realizada a transmissão, após longa viagem a Montes Claros, estação mais próxima, o decreto de remoção já havia sido assinado pelo governador de Minas Gerais. Com isso, saiu de Salinas a cavalo com a família no dia 27 de março de 1908, chegando a Conceição do Mato Dentro no dia 21 de abril, vinte e quatro dias depois. Ali exerceu as suas funções de Juiz de Direito até 24 de junho de 1924, quando se aposentou por invalidez.
1º. de março de 1950 – Falece em Salinas, Ana Vieira de Almeida (Sinhaninha), ficando todos os seus bens para o seu esposo Bernardino Ferreira Costa (Cel. Bernardino Costa), em virtude de testamento recíproco.
26 de fevereiro de 1957 – Falece em Salinas, Dr. Manuel Agostinho de Oliveira Morais, aos 67 anos. Natural de Mariana (MG), filho de Torquato José de Oliveira Morais e Ana Florinda de Oliveira Morais. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Minas Gerais em 1924. Casou-se em Mariana com Cecília Carvalho Morais e, ficando viúvo, transfere-se para Fortaleza (atual Pedra Azul), depois para Salinas, onde se casou com Clemência Miranda de Morais, aos 12 de fevereiro de 1929. Foi advogado na região de Salinas onde prestou relevantes serviços jurídicos. Deixou viúva e filhos: Antônio Filomeno de Oliveira Morais, Ivo Miranda de Morais, Sílvia de Oliveira Morais, Célia Miranda de Morais, Murilo Morais, Maria de Lourdes Morais, Aliete Ione Morais, José Miranda de Morais, Lívia Miranda de Morais e Elmo Miranda de Morais.
28 de outubro 1973 – Falece em Belo Horizonte, o salinense Coronel Idalino Ribeiro, aos 94 anos. É considerado um dos homens mais importantes da história de Salinas em face do legado que deixou como empresário e político.
22 de dezembro de 2002 - Falece Anísio Santiago, aos 91 anos, produtor da lendária cachaça Havana-Anísio Santiago, marca ícone da cachaça artesanal brasileira. Anísio Santiago foi responsável direto pela transformação de Salinas em referência nacional na produção de cachaça artesanal de qualidade com a cachaça Havana, marca pioneira na região. Figura entre os homens mais importantes da história de Salinas em face do legado que deixou ao povo de Salinas. Deixou a esposa Adélia Mendes Santiago e os filhos Anísia Mendes Santiago, Geraldo Mendes Santiago, José Mendes Santiago, Maria do Carmo Santiago, Nilton Santiago, Oraldo Santiago e Osvaldo Mendes Santiago e muitos netos.
8 de fevereiro de 2007 - Falece em Montes Claros, aos 91 anos, Adélia Mendes Santiago, viúva de Anísio Santiago (1912-2002), produtor da famosa cachaça Havana. Foi enterrada no cemitério de Salinas no túmulo do falecido marido.
6 de fevereiro de 2008 - Falece Noé Santiago Soares, vítima de ataque fulminante, no distrito de Nova Matrona, município de Salinas. Foi produtor da cachaça Canarinha, uma das marcas mais tradicionais de Salinas. Foi enterrado no cemitério de Nova Matrona.
18 de fevereiro de 2009 - Falece João Costa, aos 81 anos, maior historiador da região de Salinas. Deixou a esposa Cleusa Corrêa Costa e os filhos Cibele, Clever, Daniele, Dida, Hércules e Mariângela. No funeral recebeu justa homenagem do Instituto Histórico e Geográfico de Salinas.
29 de novembro de 2009
Falsificação da cachaça Havana
Na década de 1970 tem-se registro da primeira onda de falsificação da cachaça mais famosa de Salinas: Havana, do produtor Anísio Santiago (1912-2002). A reportagem abaixo foi publicada no Diário de Montes Claros no dia 23 de março de 1976. Desde então, a famosa marca sempre foi objeto de falsificadores. Leia a reportagem na íntegra.
............
DERRAME DE HAVANA FALSIFICADA NA CIDADE
(Diário de Montes Claros, Montes Claros, 23 mar. 1976)
MONTES CLAROS - Numa ação conjunta das Secretarias da Fazenda e de Segurança Pública do Estado, através da Superintendência Regional da Fazenda e da Delegacia Regional de Segurança Pública de Montes Claros, foi descoberto um derrame de aguardentes falsas da marca “Havana” no comércio local. A Distribuidora de Bebidas Jóia Ltda., localizada à Rua Bário, 17, Bairro Edgar Pereira, foi fechada ontem pela polícia, tendo sido preso o seu sócio-gerente.
Outra fábrica clandestina de bebidas, localizada à Rua João Martins, 234, Vila Guilhermina, também foi fechada ontem. Enorme quantidade de material empregado no fabrico de bebidas foi apreendido e levado para a Superintendência Regional da Fazenda, além de ter sido preso o químico prático Clóvis Alves de Albuquerque.
Enquanto o chefe da Divisão de Fiscalização e Tributação da Superintendência, Sr. Marcius da Anunciação Dias anunciava na manhã de hoje que as investigações para se chegar a novas fábricas clandestinas de bebidas continuavam, podendo aparecer novos dados até amanhã, o delegado da comarca, Sr. Paulo Emílio Viana, tomava todas as medidas para ouvir os envolvidos ainda hoje. O delegado regional de Montes Claros, Sr. Lindolfo de Almeida, responsável no dia de ontem por toda a ação policial, passou o caso para o delegado da comarca, que deveria instaurar o inquérito desde o ano passado.
Em agosto do ano passado, a Superintendência Regional da Fazenda recebeu denúncias de Anísio Santiago, fabricante da aguardente “Havana” e de Valdete Romualdo da Silva, fabricante de “Indaiazinha”, cuja representação somente foi efetivada em 25 de dezembro último, através do protocolo da denúncia na repartição. A mesma representação foi encaminhada a Polícia Federal, nesta cidade.
Nas denúncias formuladas, Anísio Santiago revelou que há mais de cinco anos não distribuía a cachaça “Havana” em Montes Claros, o que era feito apenas em Salinas. Apesar disso, o fabricante “ficou alarmado com a enorme quantidade de aguardente existente no comércio local (Montes Claros), muito superior à própria produção” – conforme disse na representação.
As investigações, que vinham sendo feitas desde agosto, tiveram seu desfecho ontem, quando a Superintendência solicitou ajuda do delegado regional para dar golpe final nos falsificadores. As fábricas clandestinas das ruas Bário e João Martins foram fechadas e seus proprietários presos.
O maior distribuidor de aguardentes falsas da marca “Havana” na cidade, Pedro Pereira da Silva, residente em um quarto localizado nas dependências do Estádio João Rebello (campo do Ateneu), também foi preso ontem, por volta do meio dia.
Na Distribuidora de Bebidas Jóia, foram apreendidos rótulos falsificados de “Havana”; três clichês que eram empregados para falsificar rótulos de “Havana”; e carimbos de selagem (linhas de linotipo). O distribuidor Pedro Pedreira da Silva trabalhava para essa fábrica.
Apreensão de aguardentes
Durante todo o dia de hoje, fiscais da Superintendência Regional da Fazenda estavam percorrendo casas comerciais e clubes da cidade, apreendendo aguardentes falsas de “Havana”, sendo que somente na parte da manhã foram apreendidas 14 garrafas com o comerciante José Egídio de Azevedo Neto; 40 garrafas na Cerealista Clarete Carvalho Ltda.; 08 garrafas no Automóvel Clube; 07 garrafas com Geraldo José da Costa; e 28 garrafas com Bartolomeu Aleixo de Carvalho.
6 de novembro de 2009
1838 - População do distrito de Santo Antônio de Salinas
Censo de 1838, no século XIX, realizado na Província de Minas Gerais confirma a existência de 248 pessoas no distrito de Santo Antônio de Salinas que pertence à Vila do Rio Pardo.
1757 - Região de Salinas é incorporada à província de Minas Gerais
O Rei de Portugal, Dom José (1714-1777), em 13 de maio de 1757, em face dos “descaminhos dos diamantes” determina desmembramento da Capitania da Bahia o território da Comarca das Minas Novas do Fanado com sede na Vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso das Minas Novas do Araçuaí (atual município de Minas Novas), incorporando à Capitania de Minas Gerais. A região de Salinas e o Alto Rio Pardo integram este território. Vejamos:
“Dom José por graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves d´aquém e d’além mar, em África Senhor da Guiné etc.
Faço saber a vós Governador, e Capitão General do Rio de Janeiro, a cujo cargo está o Governo das Minas Gerais, que sendo me presente, que os descaminhos que há de muitos diamantes, que aparecem fora do contrato, procede da pouca observância que na Comarca das Minas Novas do Fanado, tem as ordens do Intendente Geral dos Diamantes, por pertencer ao Governo da Bahia, e distar dela mais de duzentas léguas, quando fica mais vizinha, e em distância só de quarenta léguas da Comarca de Serro do Frio onde reside o dito Intendente, que poderá com maior facilidade das as providências necessárias, para se evitar uma tão prejudicial extração, unindo-se estas duas comarcas, que se compreendem na demarcação que mandei fazer das terras proibidas para nelas não minerarem os povos, e tendo a isto respeito, e a outros justos motivos, houve por bem, por Decreto de onze do corrente mês e ano, separar do Governo da Bahia as referidas Minas Novas do Fanado, e que fiquem unidas com as tropas que nelas se acham, da Comarca do Serro Frio, e Governo das Minas Gerais, que antes pertenceram; e fui servido ampliar a jurisdição do sobredito Intendente Geral dos Diamantes, para que nelas igualmente exercite; não obstante as ordens que tem havido em contrário; de que vos aviso para que assim o tenhais entendido e mandeis registrar esta minha ordem nos livros da Secretaria desse Governo. El-Rei nosso senhor, o mandou pelos seus Conselheiros Ultramarinos abaixo assinados. Lisboa a 13 de maio de 1757. O Secretário Joaquim Miguel Lopes de Lavre a fez escrever. Antônio de Azevedo Coutinho. Antônio Lopes da Costa.”
__________(Fonte: PIRES, Simeão Ribeiro. Raízes de Minas. Montes Claros, 1979, págs. 190-191).
1790 - Chegam os pioneiros do arraial de Santo Antônio de Salinas
Chegam no futuro povoado de Santo Antônio de Salinas, em 1790, os primeiros moradores: Faustina Fernandes Pessoa, José Cardoso de Araújo, Padre Bernardino Ferreira da Costa e algumas beatas, oriundos do povoado de Rio Pardo, cujo território pertencia ao município de Minas Novas do Fanado, subordinado à Comarca de Serro Frio, logo após descoberta de sal-gema, produto muito precioso na época devido a sua escassez.
Com a exploração do sal-gema, logo surgem extensas fazendas indicando povoamento definitivo: Bananal (de propriedade de Faustina Fernandes Pessoa), Ribeirão, Gramas, Tabocas, Matrona e Canela D’Elma. Logo surge o arraial de Santo Antônio de Salinas como núcleo urbano em estágio primitivo quando Faustina Fernandes Pessoa faz doação de terreno para construção de capela com a proteção de Santo Antônio. Daí, o nome de Santo Antônio de Salinas.
O povoado de Santo Antônio de Salinas pertenceu ao território de Minas Novas do Fanado de 1790 até 1833, quando passou a integrar o território do recém criado município de Rio Pardo de Minas na condição de distrito.
O povoado de Santo Antônio de Salinas pertenceu ao território de Minas Novas do Fanado de 1790 até 1833, quando passou a integrar o território do recém criado município de Rio Pardo de Minas na condição de distrito.
1734 - Início da ocupação do território de Santo Antônio de Salinas
A ocupação oficial da região de Salinas teria início por meio de alvará concedendo ao Capitão Inácio de Souza Ferreira grande extensão de terras (sesmaria) que vão do rio Vacaria ao rio Jequitinhonha em 1734, no século XVIII.
__________
Fonte: ÂNGELIS, Newton. Efemérides Riopardenses. Salinas: 1998.
1833 - Criação do distrito de Santo Antônio de Salinas
O município de Rio Pardo de Minas foi criado no dia 24/08/1833, desmembrado do município de Minas Novas do Fanado, com a instalação da 1ª. Câmara Municipal. Assumiram os cargos de camaristas (atual cargo de vereador), os seguintes eleitos:
Carlos Pereira Feira de Moura (presidente)
Manoel Zeferino Tibeiro
João Nepomuceno Moreira de Pinho
José Theodoro de Sá
Pe. Donato Francisco Mendes
Henrique Manoel de Almeida
Plácido José Ferreira
Na 4ª. sessão ordinária da 1ª. Camara Municipal, no mesmo dia, foi dividido o município de Rio Pardo de Minas nos seguintes distritos: Rio Pardo (sede), Rio Preto, São João, Nossa Senhora de Oliveira, Santo Antônio de Salinas, Santo Antônio da Barra de Itinga e Arraial da Sétima Divisão (São Miguel).
__________Fonte: NEVES, Antonino da Silva. Corografia do Município de Rio Pardo. Belo Horizonte, Imprensa Oficial, 1908 (reedição de 2008), págs. 44-46.
1880 - Lei mineira nº. 2.725 cria o município de Santo Antônio de Salinas
CRIA O MUNICÍPIO DE
SANTO ANTÔNIO DE SALINAS
O Cônego Joaquim José de Sant’Anna, Comendador da Ordem de Cristo e Vice-Presidente da Província de Minas Gerais: Faço saber a todos os seus habitantes, que a Assembléia Legislativa Provincial decretou, e eu, sancionei a Lei seguinte:
Art. 1º - Fica elevado à categoria de vila o arraial de Santo Antônio de Salinas, devendo ser a mesma instalada, depois que seus habitantes houverem oferecido à província os edifícios com as acomodações necessárias para câmara, cadeia e escolas de instrução primária.
§ 1º - O município desta vila se comporá das freguesias de Santo Antônio de Salinas, sua sede, e de Água Vermelha, ambas desmembradas do termo do Rio Pardo; ficará pertencendo à comarca do Grão Mogol, e terá todos os ofícios de justiça criados por lei geral.
§ 2º - As divisas da freguesia de Água Vermelha serão as mesmas do antigo distrito deste nome, compreendendo os lugares denominados Catinga e Pajão.
Art. 2º - Ficam revogadas as disposições em contrário.
Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente como nela se contém.
O Secretário desta Província a faça imprimir, publicar e correr.
Dada no Palácio da Presidência da Província de Minas Gerais, aos 18 de dezembro de 1880.
Joaquim José de Sant’Anna
Presidente da Província
__________
Fonte: http://www.almg.gov.br/
27 de agosto de 2009
1844 - Vereador do distrito de Santo Antônio de Salinas pede exoneração
O padre Bernardino Ferreira da Costa, no dia 9 de janeiro de 1844, pede exoneração do cargo de vereador da Câmara Municipal de Rio Pardo de Minas sob alegação de “morar em Salinas”, distante cerda de 16 léguas de Rio Pardo e ter mais de 60 anos. Alegou, ainda, padecer de moléstia de supressão de urina dificultando sua locomoção. O pedido foi aceito. Padre Bernardino Ferreira da Costa foi um dos pioneiros na região de Salinas quando aqui aportou com Faustina Fernandes Pessoa, José Cardoso de Araújo e algumas beatas, oriundos de Rio Pardo por volta de 1790.
7 de julho de 2009
Posse de juízes de Paz do distrito de Santo Antônio de Salinas
1837 – Em sessão na Câmara Municipal de Rio Pardo de Minas, prestam juramento e tomam posse os juízes de Paz do Distrito de Santo Antônio de Salinas: Francisco do Carmo Oliveira e José Pereira de Oliveira Melo.
1841 – Em sessão na Câmara Municipal de Rio Pardo de Minas, prestam juramento e tomam posse os juízes de Paz do Distrito de Santo Antônio de Salinas: Martinho Gonçalves Pereira Dias, José Fernandes do Couto, João Pinto Rodrigues e José Francisco dos Santos.
1865 – Em sessão na Câmara Municipal de Rio Pardo de Minas prestam juramento e tomam posse os juízes de paz do distrito de Santo Antônio de Salinas: Fidelis dos Anjos e Silva, Alexandre José dos Santos e Vicente Ferreira da Costa.
1873 – Em sessão na Câmara Municipal de Rio Pardo de Minas prestam juramento e tomam posse os juízes de paz do distrito de Santo Antônio de Salinas: Antônio Ferreira Freire, Felismino José de Souza, Tomás Pereira de Oliveira e Luis Antônio de Souza.
26 de maio de 2008
Breve histórico de Salinas
Por Roberto Carlos Morais Santiago
Atualmente, dos oitenta e seis municípios que integram a mesorregião Norte de Minas Gerais, somente sete conseguiram a emancipação política e administrativa no período do Segundo Império, no século XIX: Rio Pardo de Minas (1833), Montes Claros (1857), Grão Mogol (1858), Januária (1860), Salinas (1883), São Francisco (1877) e Monte Azul (1887).
A história primitiva de Santo Antônio de Salinas teve início no final século XVII, quando por volta de 1698, o bandeirante Antônio Luiz dos Passos, oriundo da Bahia, chegou à região de Rio Pardo de Minas para estabelecer fazendas de gado. Ao percorrer a região mais ao sul, habitada pelos índios Tapuias, descobriu rio pouco caudaloso (atual rio Salinas) e ali encontrou ricas jazidas de salgema – sal da terra – produto muito caro na época devido à escassez, que favoreceu o povoamento. Logo se formou o arraial de Santo Antônio de Salinas.
Naquele período, todo o Norte de Minas e Nordeste (Jequitinhonha e Mucuri) de Minas Gerais faziam parte do território da Capitania da Bahia, integrando a Comarca de Jacobina. Porém, na década de 1750, com a descoberta de diamantes na região do Arraial do Tejuco (atual Diamantina), as duas mesorregiões foram incorporadas à Capitania de Minas Gerais, integrando a Comarca de Serro Frio, conforme Resolução do Conselho Ultramarino de 13 de maio de 1757, com o intuito de controlar e fiscalizar a extração de ouro na região.
O arraial de Santo Antônio de Salinas era parte integrante do território do município de Minas Novas que pertencia à Comarca de Serro Frio. Em 1833, com a criação do município de Rio Pardo de Minas, o arraial foi incorporado ao território do novo município na condição de distrito. Em 1855, o distrito de Salinas ganha o status de freguesia. No dia 18/12/1880, é sancionada a Lei Provincial nº. 2.725, pelo vice-presidente da Província de Minas Gerais, Cônego Joaquim José de Sant'anna, que cria o município de Santo Antôno de Salinas. A mesma lei eleva o arraial a categoria de vila.
Em 1887, no dia 4 de outubro, a vila de Santo Antônio de Salinas é elevada a categoria de cidade por meio da Lei Provincial nº. 3.485. Aqui se comete um erro histórico. Muitos acham que a data de aniversário do município é 04/10/1887. Na verdade, a data correta é 18/12/1880 (data em que foi sancionada a Lei Provincial nº. 2.725, que criou o município de Santo Antônio de Salinas (a Lei nº. 3.485, de 04/10/1887, apenas elevou o status de vila para cidade). Se for considerado o período anterior a 1880 (data de criação do município) até o ano de 1833, quando passou de arraial a distrito de Rio Pardo de Minas, a história de Salinas alcança mais de 170 anos. É um equívoco achar que a história de um município somente se inicia quando é criado por uma determinada lei, muito pelo contrário, a história se inicia muito antes. A emancipação é somente uma etapa no processo histórico de desenvolvimento social, cultural, político e econômico de uma região.
Com a criação em 1880, o território do novo município passa a ser composto pelos distritos de Santo Antônio de Salinas (sede) e Água Vermelha (emancipado em 1962).
Em 1892, foi instalada a Comarca de Santo Antônio de Salinas, quando o Poder Judiciário de Minas Gerais decide estender os braços da lei para a região. O Dr. Francisco de Assis Freitas foi o primeiro Juiz de Direito da Comarca e o Tenente Coronel Rebeldino Pinto Coelho o seu primeiro Promotor de Justiça.
O Cel. Bernadino Costa (Bernadino Ferreira Costa) foi um respeitável fazendeiro. Teve grande paixão pela política e era chefe do partido Republicano no município nas décadas de 1930-40. Trocava correspondência com o presidente da República, Artur Bernardes, e nutria forte oposição à política local do situacionista Cel. Idalino Ribeiro.
O Cel. Idalino Ribeiro dominou com mão de ferro a política de Salinas por muitos anos até meados da década de 1950. Foi um dos mais expoentes políticos do Norte de Minas na segunda metade do século XX (época dos coroneis que dominavam a política local com mão de ferro).
Em 1958, aos vinte e um anos, o jovem Geraldo Paulino Santana, ao se eleger prefeito de Salinas, encerrava o ciclo de dominação política do Cel. Idalino Ribeiro. Iniciava-se, então, meteórica carreira política de um dos mais importantes e influentes políticos da história de Minas Gerais. Teve participação decisiva em diversos governos de Minas Gerais sempre ocupando destaque no meio político. É tido como um dos mais importantes políticos de Minas Gerais nos últimos 50 anos.
Também é de Salinas o produtor da lendária e emblemática cachaça Havana, Anísio Santiago (1912-2002). A famosa Havana teve participação histórica no processo de transformação de Salinas na principal região produtora da cachaça artesanal de todo o país. O produtor Anísio Santiago formou toda uma geração de produtores de cachaça de Salinas.
Atualmente, a produção anual de cachaça no município é de cerca de cinco milhões de litros de cachaça por ano sendo comercializada sob mais de 50 marcas em todo o país e no exterior. A Associação de Produtores Artesanais de Cachaça Artesanal de Salinas (Apacs), que representa os produtores do município, organiza em parceria com a Prefeitura Municipal, desde 2002, o Festival Mundial da Cachaça, evento que faz sucesso nacional e vem atraindo turistas de todo o país e do exterior ávidos por conhecer a famosa cachaça produzida no município.
Dentre as dezenas de marcas de cachaça produzidas no município as mais tradicionais são: Asa Branca, Beija-Flor, Boazinha, Canarinha, Cubana, Erva Doce, Indaiazinha, Lua Cheia, Piragibana, Preciosa, Sabor de Minas, Salineira, Seleta, Terra de Ouro e a emblemática e lendária Anísio Santiago - Havana, marca símbolo da região e reconhecida Patrimônio Cultural Imaterial de Salinas por meio do Decreto Municipal nº. 3.728/2006, na gestão do prefeito José Antônio Prates, fato inédito no país no segmento de bebidas. Também é de Salinas o maior produtor mineiro de cachaça artesanal em volume de produção que é comercializada sob as marcas Boazinha e Seleta, do empresário Antônio Eustáquio Rodrigues, um dos expoentes empresários de Salinas da atualidade.
A cachaça de Salinas, atualmente, é a segunda atividade econômica do município com participação de 33%, em média. Em 2006, foi responsável por 46,4% da arrecadação de ICMS sobre a produção da bebida em todo o território mineiro, demonstrando a força da atividade econômica. Definitivamente, a cadeia produtiva no município encontra-se consolidada. O Governo de Minas, em novembro de 2007, reconhecendo a importância de Salinas no processo de produção de cachaça artesanal de qualidade, em parceria com a Prefeitura local, resolveu criar o Museu da Cachaça de Salinas. O museu vem ratificar a projeção do município no cenário da produção de cachaça.
Outra importante atividade econômica é o comércio que participa com 50%, em média, na economia do município. São centenas de pontos comerciais que demonstram todo o empreendedorismo do salinense que está sempre em busca do progresso e desenvolvimento pessoal e da economia do seu município. Atualmente, Salinas figura entre as dez maiores economias do Norte de Minas, levando-se em consideração a sua contribuição na arrecadação de ICMS em toda a mesorregião norte-mineira. O ICMS, imposto de competência estadual, é um excelente indicador sobre o perfil econômico de municípios e regiões.
No plano educacional, estão sendo instalados vários cursos de nível superior na cidade propiciando evolução cultural e educacional do seu povo. Recentemente, o Governo Federal autorizou a implantação do inédito curso superior em produção de cachaça na Escola Agrotécnica Federal de Salinas.
No plano literário, Salinas gerou poetas e escritores expressivos como Abdênago Lisboa, Juventino Nunes, Darcy Freire, Milton Santiago, José Antônio Prates, Rafael Daconti, Aníbal Freire, Iara Tribuzi, Narciso Durães, Maria Helena Costa, Lena Guimarães, Carlita Guimarães, Argeu Guimarães, João Costa, Aníbal Freite, Danilo Borges, Maria Elza Sarmento (Sula), Nádia Maria Cardoso Sarmento, Tiana Rodrigues, Valdiney Barbosa, dentre outros.
A identidade de um povo está intimamente relacionada com sua história, seus costumes e sua cultura. Historicamente, o povo de Salinas forjou um modo de ser e viver. Nos tempos atuais de globalização soube se firmar no mercado brasileiro produzindo bebida que faz parte da história e cultura brasileira: a cachaça.
Atualmente, dos oitenta e seis municípios que integram a mesorregião Norte de Minas Gerais, somente sete conseguiram a emancipação política e administrativa no período do Segundo Império, no século XIX: Rio Pardo de Minas (1833), Montes Claros (1857), Grão Mogol (1858), Januária (1860), Salinas (1883), São Francisco (1877) e Monte Azul (1887).
A história primitiva de Santo Antônio de Salinas teve início no final século XVII, quando por volta de 1698, o bandeirante Antônio Luiz dos Passos, oriundo da Bahia, chegou à região de Rio Pardo de Minas para estabelecer fazendas de gado. Ao percorrer a região mais ao sul, habitada pelos índios Tapuias, descobriu rio pouco caudaloso (atual rio Salinas) e ali encontrou ricas jazidas de salgema – sal da terra – produto muito caro na época devido à escassez, que favoreceu o povoamento. Logo se formou o arraial de Santo Antônio de Salinas.
Naquele período, todo o Norte de Minas e Nordeste (Jequitinhonha e Mucuri) de Minas Gerais faziam parte do território da Capitania da Bahia, integrando a Comarca de Jacobina. Porém, na década de 1750, com a descoberta de diamantes na região do Arraial do Tejuco (atual Diamantina), as duas mesorregiões foram incorporadas à Capitania de Minas Gerais, integrando a Comarca de Serro Frio, conforme Resolução do Conselho Ultramarino de 13 de maio de 1757, com o intuito de controlar e fiscalizar a extração de ouro na região.
O arraial de Santo Antônio de Salinas era parte integrante do território do município de Minas Novas que pertencia à Comarca de Serro Frio. Em 1833, com a criação do município de Rio Pardo de Minas, o arraial foi incorporado ao território do novo município na condição de distrito. Em 1855, o distrito de Salinas ganha o status de freguesia. No dia 18/12/1880, é sancionada a Lei Provincial nº. 2.725, pelo vice-presidente da Província de Minas Gerais, Cônego Joaquim José de Sant'anna, que cria o município de Santo Antôno de Salinas. A mesma lei eleva o arraial a categoria de vila.
Em 1887, no dia 4 de outubro, a vila de Santo Antônio de Salinas é elevada a categoria de cidade por meio da Lei Provincial nº. 3.485. Aqui se comete um erro histórico. Muitos acham que a data de aniversário do município é 04/10/1887. Na verdade, a data correta é 18/12/1880 (data em que foi sancionada a Lei Provincial nº. 2.725, que criou o município de Santo Antônio de Salinas (a Lei nº. 3.485, de 04/10/1887, apenas elevou o status de vila para cidade). Se for considerado o período anterior a 1880 (data de criação do município) até o ano de 1833, quando passou de arraial a distrito de Rio Pardo de Minas, a história de Salinas alcança mais de 170 anos. É um equívoco achar que a história de um município somente se inicia quando é criado por uma determinada lei, muito pelo contrário, a história se inicia muito antes. A emancipação é somente uma etapa no processo histórico de desenvolvimento social, cultural, político e econômico de uma região.
Com a criação em 1880, o território do novo município passa a ser composto pelos distritos de Santo Antônio de Salinas (sede) e Água Vermelha (emancipado em 1962).
Em 1892, foi instalada a Comarca de Santo Antônio de Salinas, quando o Poder Judiciário de Minas Gerais decide estender os braços da lei para a região. O Dr. Francisco de Assis Freitas foi o primeiro Juiz de Direito da Comarca e o Tenente Coronel Rebeldino Pinto Coelho o seu primeiro Promotor de Justiça.
Em 1923, por meio da Lei Estadual nº. 843, o nome do município foi alterado de Santo Antônio de Salinas para SALINAS (nome atual). A mesma lei, ainda, incorporou ao território de Salinas os distritos de Amparo do Sítio (Rubelita), Santa Cruz de Salinas e Taiobeiras, além de Águas Vermelhas que desde 1880 já era distrito do município.
Recentemente, em 1995, os povoados de Fruta de Leite e Novorizonte, além do distrito de Santa Cruz de Salinas se emanciparam de Salinas (Lei Estadual nº. 12.030, de 21/12/1995). Com isso, o atual território do município passou a ser constituído de três distritos: Salinas (sede), Ferreirópolis e Nova Matrona. Possui área remanescente de 1.891 km² e população de 37.373 pessoas (IBGE, 2007). Integra a bacia hidrográfica do rio Jequitinhonha um dos principais rios de Minas Gerais.
Historicamente, Salinas sempre teve vocação para o progresso em face do dinamismo da sua economia e do seu povo, tradicionalmente empreendedor. Há mais de um século, desde os tempos do Império, o município exerce liderança política e econômica em toda a região do Alto Rio Pardo (microrregião de Salinas) que possui atualmente 17 municípios e ocupa área de 17,1 mil quilômetros quadrados e um contingente populacional de cerca de duzentas mil pessoas (IBGE, 2007).
De Salinas surgiram muitos personagens que enalteceram a história do município tanto no aspecto econômico como político. Pode-se citar Darcy Freire, Cel. Bernadino Costa, Cel. Idalino Ribeiro, Geraldo Paulino Santana, Péricles Ferreira dos Anjos, Anísio Santiago, dentre outros, que deram grande contribuição para o desenvolvimento da região.
Darcy Freire, engenheiro formado pela Escola de Minas, em Ouro Preto, foi político, fazendeiro e um dos maiores expoentes da literatura de Salinas. Exerceu influência em gerações de escritores salinenses.

O Cel. Idalino Ribeiro dominou com mão de ferro a política de Salinas por muitos anos até meados da década de 1950. Foi um dos mais expoentes políticos do Norte de Minas na segunda metade do século XX (época dos coroneis que dominavam a política local com mão de ferro).
Em 1958, aos vinte e um anos, o jovem Geraldo Paulino Santana, ao se eleger prefeito de Salinas, encerrava o ciclo de dominação política do Cel. Idalino Ribeiro. Iniciava-se, então, meteórica carreira política de um dos mais importantes e influentes políticos da história de Minas Gerais. Teve participação decisiva em diversos governos de Minas Gerais sempre ocupando destaque no meio político. É tido como um dos mais importantes políticos de Minas Gerais nos últimos 50 anos.
Também é de Salinas o produtor da lendária e emblemática cachaça Havana, Anísio Santiago (1912-2002). A famosa Havana teve participação histórica no processo de transformação de Salinas na principal região produtora da cachaça artesanal de todo o país. O produtor Anísio Santiago formou toda uma geração de produtores de cachaça de Salinas.
Atualmente, a produção anual de cachaça no município é de cerca de cinco milhões de litros de cachaça por ano sendo comercializada sob mais de 50 marcas em todo o país e no exterior. A Associação de Produtores Artesanais de Cachaça Artesanal de Salinas (Apacs), que representa os produtores do município, organiza em parceria com a Prefeitura Municipal, desde 2002, o Festival Mundial da Cachaça, evento que faz sucesso nacional e vem atraindo turistas de todo o país e do exterior ávidos por conhecer a famosa cachaça produzida no município.
Dentre as dezenas de marcas de cachaça produzidas no município as mais tradicionais são: Asa Branca, Beija-Flor, Boazinha, Canarinha, Cubana, Erva Doce, Indaiazinha, Lua Cheia, Piragibana, Preciosa, Sabor de Minas, Salineira, Seleta, Terra de Ouro e a emblemática e lendária Anísio Santiago - Havana, marca símbolo da região e reconhecida Patrimônio Cultural Imaterial de Salinas por meio do Decreto Municipal nº. 3.728/2006, na gestão do prefeito José Antônio Prates, fato inédito no país no segmento de bebidas. Também é de Salinas o maior produtor mineiro de cachaça artesanal em volume de produção que é comercializada sob as marcas Boazinha e Seleta, do empresário Antônio Eustáquio Rodrigues, um dos expoentes empresários de Salinas da atualidade.
A cachaça de Salinas, atualmente, é a segunda atividade econômica do município com participação de 33%, em média. Em 2006, foi responsável por 46,4% da arrecadação de ICMS sobre a produção da bebida em todo o território mineiro, demonstrando a força da atividade econômica. Definitivamente, a cadeia produtiva no município encontra-se consolidada. O Governo de Minas, em novembro de 2007, reconhecendo a importância de Salinas no processo de produção de cachaça artesanal de qualidade, em parceria com a Prefeitura local, resolveu criar o Museu da Cachaça de Salinas. O museu vem ratificar a projeção do município no cenário da produção de cachaça.
Outra importante atividade econômica é o comércio que participa com 50%, em média, na economia do município. São centenas de pontos comerciais que demonstram todo o empreendedorismo do salinense que está sempre em busca do progresso e desenvolvimento pessoal e da economia do seu município. Atualmente, Salinas figura entre as dez maiores economias do Norte de Minas, levando-se em consideração a sua contribuição na arrecadação de ICMS em toda a mesorregião norte-mineira. O ICMS, imposto de competência estadual, é um excelente indicador sobre o perfil econômico de municípios e regiões.
No plano educacional, estão sendo instalados vários cursos de nível superior na cidade propiciando evolução cultural e educacional do seu povo. Recentemente, o Governo Federal autorizou a implantação do inédito curso superior em produção de cachaça na Escola Agrotécnica Federal de Salinas.
No plano literário, Salinas gerou poetas e escritores expressivos como Abdênago Lisboa, Juventino Nunes, Darcy Freire, Milton Santiago, José Antônio Prates, Rafael Daconti, Aníbal Freire, Iara Tribuzi, Narciso Durães, Maria Helena Costa, Lena Guimarães, Carlita Guimarães, Argeu Guimarães, João Costa, Aníbal Freite, Danilo Borges, Maria Elza Sarmento (Sula), Nádia Maria Cardoso Sarmento, Tiana Rodrigues, Valdiney Barbosa, dentre outros.
A identidade de um povo está intimamente relacionada com sua história, seus costumes e sua cultura. Historicamente, o povo de Salinas forjou um modo de ser e viver. Nos tempos atuais de globalização soube se firmar no mercado brasileiro produzindo bebida que faz parte da história e cultura brasileira: a cachaça.
9 de fevereiro de 2007
Salinas inaugura terminal rodoviário "Anísio Santiago"
09/02/2007 - Inaugurado o Terminal Rodoviário “Anísio Santiago”, uma antiga aspiração do povo de Salinas, com a presença do lendário caminhão Chevrolet Lordmaster 1947, de propriedade da família de Anísio Santiago, único caminhão antigo da primeira metade do século XX ainda existente no município. A obra custou 793,1 mil reais, com recurso do Ministério do Turismo. A prefeitura municipal fez uma contrapartida de 163,8 mil reais. O evento de inauguração teve a participação da população e a presença de Maria Eloísa Machado Leal (Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento Turístico), Arlen Santiago (deputado estadual pelo PDT), Valmir Morais de Sá (presidente da Amams) e dezenas de prefeitos da região de Salinas. Osvaldo Mendes Santiago, representando a família Santiago, recebeu homenagem do prefeito municipal, José Antônio Prates.
25 de fevereiro de 2006
Paço municipal

Construída pela Cemig na década de 1990, a represa de Salinas possui cerca de 6 quilômetros quadrados de espelho d'água. É uma das maiores do Norte de Minas e resolveu, definitivamente, o problema de abstecimento de água no município.

Avenida de acesso ao centro de Salinas.

Praça João Pessoa. É o único lugar da cidade onde ainda se mantém o calçamento original.

Assinar:
Postagens (Atom)