14 de fevereiro de 2011

Disputa pela marca "Havana" completa dez anos

Patrimônio Cultural 
Imaterial de Salinas.
Por Roberto Carlos Morais Santiago

O litígio entre a família de Anísio Santiago (1912-2002), produtora da principal marca de cachaça de Salinas - a "Havana" - e o fabricante do rum Havana Club, que pertence ao grupo francês Pernot Ricad, um dos maiores produtores de bebidas do mundo, completa uma década sem solução.

Osvaldo Santiago,
sucessor de Anísio Santiago
na produção da cachaça
Havana/Anísio Santiago.
Desde 2001 a família de Anísio Santiago tenta reaver de forma definitiva a marca "Havana" que é reconhecida como uma das principais marcas de cachaça artesanal brasileira. Os herdeiros de Anísio Santiago comercializam a marca "Havana" por meio de liminar concedida pelo Juízo da Comarca de Salinas confirmada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) desde 2005. Atualmente o litígio está na 8ª. Vara Federal em Belo Horizonte, sendo réu do processo a empresa Havana Club Holding e o Instituto Nacional de Propriedade Nacional (Inpi). O processo encontra-se em fase de sentença.

A disputa da marca "Havana" é exemplo clássico da omissão do poder público brasileiro em não proteger o produto cultural brasileiro. A cachaça é um produto genuinamente brasileiro produzido desde o século XVI - no período colonial - mas, ainda não recebeu a devida valorização que merece, infelizmente. Ao longo das últimas décadas, a cachaça Havana - que também é comercializada como "Anísio Santiago" em razão desse imbróglio - tornou-se marca ícone da legítima cachaça artesanal brasileira.

Em agosto de 2009, a cachaça Havana/Anísio Santiago foi eleita pela conceituada revista "Playboy" (edição nº. 411) como a melhor cachaça artesanal brasileira. Poucos meses depois, em fevereiro de 2010, a marca novamente foi eleita em primeiro lugar no ranking de cachaça da também conceituada revista "Veja" (edição nº. 2.152, de 17/02/2010).

O jornal Correio do Estado traz interessante reportagem onde aborda a dificuldade em reaver a marca "Havana" para quem de direito: a família de Anísio Santiago. A marca "Havana" é ícone de Salinas - reconhecida em 2006 por Decreto Municipal nº. 3.728, assinado pelo prefeito José Antônio Prates - como patrimonial cultural imaterial do município.

4 de fevereiro de 2011

Presidente Dilma ganha cachaça Havana de presente

Momento histórico - A presidente Dilma Rousseff, quando esteve em Montes Claros em outubro 2010, no processo eleitoral, ganhou de presente uma garrafa de cachaça Havana e Anísio Santiago, além de exemplar do livro O Mito da cachaça Havana-Anísio Santiago, de autoria do salinense Roberto Santiago.
Foto: Itamaury Teles

Relíquia da cachaça Havana

Relíquia histórica: nota fiscal  do produtor da cachaça Havana, emitida no dia 20 de setembro de 1965.
Anísio Santiago foi o primeiro produtor de cachaça a legalizar seu alambique com a marca Havana, em 1946.
(Imagem: Roberto Santiago)

Futebol de Salinas

Time da Escola Agrícola de Salinas, década de 1970.
Foto: Valdomiro Afonso (Mirão)

Time da zona rural do Pequi, década de 1970, em um amistoso no estádio Darcy Freire, em Salinas.
O goleiro é Osvaldo M. Santiago e o primeiro agachado à esquerda é Detão.
(Fonte da imagem: Roberto Santiago)

1 de fevereiro de 2011

João Costa, maior historiador de Salinas

João Costa, maior historiador de Salinas. 
Faleceu no dia 18 de fevereiro de 2009, aos 81 anos.
Deixou grande acervo histórico do município e região.

28 de janeiro de 2011

Havana ganha primeiro ranking de cachaça da revista Playboy

Em abril de 1990, a conceituada revista Playboy realizou seu primeiro ranking de cachaça. 
A marca Havana, de Salinas, foi eleita a melhor cachaça do Brasil. Em segundo lugar foi eleita a 
marca Biquinha, também da região de Salinas.
Fonte: revista Playboy, abril 1990

4 de outubro de 2010

Milicianos de Salinas na Revolução de 1930


A foto histórica acima, de 31/04/1931, é uma lembrança da "Legião de Outubro" de Salinas 
por ocasião da Revolução de 1930.

1ª. fila: João e Mendes;
2ª. fila: Adelaide Costa e Artur Loyola Pinto;
3ª. fila: Um viajante, Ubaldo Neves e Cristovam Rodrigues;
4ª. fila: Teófilo Siqueira, Epaminondas Costa, Eleutério e Ildeu Joaquim;
5ª. fila: José Henrique, Filomeno Crisóstemo, Eugenio Lisboa, Desli, Waler Costa e Oscar Soares;
6ª. fila: Sebastião Xavier do Ó, Caboclinho, Eliezer Ferraz, Oswaldo ladeia, Oscar Gandra, Davi Corsino e Octávio Magalhães;
7ª. fila: O menino João Costa (futuro historiador de Salinas).
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27 de setembro de 2010

Família Santiago fixa raízes no município de Santo Antônio de Salinas

José Santiago (1873-1944).
Por Roberto Carlos Morais Santiago

1898 - Final do século XIX. Chega a Santo Antônio de Salinas, oriundo de Medina, José Santiago (1873-1944) e sua esposa Virgínia Celestina Santiago (1882-1965), para ser professor. Natural do município de Diamantina (MG), filho de Justino Santiago e Anna Maria de Jesus, ainda jovem, foi estudar medicina em Salvador, Bahia. Após dois anos desistiu do curso, não se sabendo o motivo.

Em 1896 retornou para Minas Gerais na cidade de Medina onde casou em 1896. Em 1898 chega ao município de Santo Antônio de Salinas. Dois anos depois, em 1900, sai da cidade de Salinas e muda-se para a zona rural do município no povoado de Lagoinha, distante 25 quilômetros, para também ser professor a convite de um amigo importante de Salinas.

O povoado de Lagoinha naquela época tinha posição estratégica na ligação entre Salinas e Montes Claros, pois a estrada passava ali, no que favoreceu o surgimento de aglomeração urbana era parada obrigatória de pessoas e tropas. Fixando raízes no povoado, logo comprou uma propriedade rural (Fazenda Bomfim), no ano de 1903.

Teve 12 filhos: Antônio Santiago (1897-1950), Maria Santiago (1899-1953), Leôncio Santiago (1901-1945), Silvio Santiago (1903-1986), Alzira Santiago (1905-1996), Santinha Santiago 1908-2001), Arlindo San tiago (1909), Anísio Santiago (1912-2002), José Elzito Santiago (1915-1945), Anita Santiago (1913-2008), Osvaldina de Abreu Santiago (1917) e Osvaldir Santiago (1919-2007). Todos os seus filhos nasceram em Salinas, exceto o primogênito que nasceu em Medina.

Foi espécie de líder no povoado, pois era muito culto (falava latim, espanhol, francês e inglês) e tinha conhecimentos sólidos de medicina, pois estudara em Salvador, embora não tenha concluído o curso. Como não havia médicos na região naquela época, ele era muito procurado pelas pessoas doentes. Na fazenda Bomfim, no povoado de Lagoinha, bastante conservados, há bastante livros adquiridos por José Santiago ainda na época do Império. Faleceu em 1944. É o patriarca da família Santiago em Salinas.

18 de abril de 2010

Mapa antigo de Salinas

Por Roberto Carlos Morais Santiago

O mapa antigo de Salinas acima é da década de 1920, primeira metade do século XX. Bastante distinto da atual configuração do município. Originalmente, Salinas teve território imenso com área geográfica de mais de 6 mil quilômetros quadrados, um dos maiores de Minas Gerais. De Salinas surgiram muitos outros municípios: Águas Vermelhas, Cachoeira de Pajeú, Curral de Dentro, Fruta de Leite, Novorizonte, Pedra Azul, Rubelita, Santa Cruz de Salinas e  Taiobeiras, que foram se emancipando ao longo do século passado. Ainda assim, atualmente, Salinas figura como o mais importante município da microrregião de Salinas (Alto Rio Pardo) sob o ponto de vista econômico e político.

No mapa percebe-se uma linha de estrada de ferro atravessando o território salinense até Rio Pardo de Minas. Porém, a construção da ferrovia não chegou acontecer por razões ainda pouco conhecidas. Carece maior investigação para verificar o que houve e o motivo da não construção da ferrovia na época. Se tivesse sido concluída, certamente Salinas teria outra evolução histórica em sua trajetória política, social e econômica.
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Fonte do mapa: LISBOA, Abdênago. Octacilíada: Uma Odisséia do Norte de Minas. Belo Horizonte: Canaã, 1992.

14 de abril de 2010

Museu da Cachaça de Salinas


Revista de História da Biblioteca Nacional (edição nº. 55, abril 2010) traz interessante reportagem sobre o Museu da Cachaça de Salinas com inauguração prevista no segundo semestre de 2010.

Segundo a reportagem a "cachaça de Salinas é uma das principais bases econômicas do município, e em breve será também combustível para o desenvolvimento turístico, socioeconômico e cultural da região". O museu está sendo construído com recurso da ordem de 5 milhões de reais do governo mineiro (Secretaria de Estado de Cultura) em parceria com a Prefeitura de Salinas.

Acredita-se que o museu consolidará definitivamente a cadeia produtiva do agronegócio da cachaça de Salinas, bem como a otimização do turismo. Atualmente, o município é responsável por cerca de um terço de ICMS recolhido ao erário mineiro pelos produtores de Salinas. São mais de 50 marcas, algumas de renome nacional e internacional. A produção anual atinge mais de 4 milhões de litros.

Rótulos de cachaça de Salinas.

13 de abril de 2010

Salinas era assim...


(Salinas, década de 1910)

(Pça. Moisés Ladeia, década de 1920)

(Pça. Moisés Ladeia, década de 1940)




(Salinas, década de 1950)

(Mercado velho, década de 1970)

(Cadeia velha, 1922)

(Ponte de madeira sobre o rio Salinas, década de 1920)

2 de abril de 2010

Literatura da história de Salinas

Infelizmente, há poucos livros sobre a história de Salinas e região, muito embora seja rica do ponto de vista cultural e histórico. Recomendo a leitura dos livros listados abaixo. São raros, mas com um pouco de sorte, podem ser encontrados na biblioteca municipal de Salinas. São ótimos livros que contam a história do município sob vários ângulos. Vale um esforço para conferir a epopéia histórica de uma região tão rica culturalmente como a de Salinas.


  • DIVERSOS AUTORES. Poetas de Salinas - Antologia. Salinas, Academia de Letras de Salinas, 2002.

  • ÂNGELIS, Newton de. Efemérides Riopardenses. Salinas: R&S Arte Gráfica, 1998, 4 volumes.

  • CRUZ, Mário Ribeiro da. Caso contado à sombra do mercado. Ed. Paz e Terra, 1995. 

  • LISBOA, Abdênago. Octacilíada: Uma Odisséia do Norte de Minas. Belo Horizonte: Canaã, 1992.

  • NEVES, Antonino da Silva. Corografia do Município de Rio Pardo. Belo Horizonte: Minas Geraes, 1908.

  • PIRES, Simeão Ribeiro. Raízes de Minas. Montes Claros, 1979.

  • SANTANA, Geraldo Paulino. O Caminho de Volta - A Travessia do Deserto. Belo Horizonte, 2004.

  • SANTIAGO, Roberto Carlos Morais. O Mito da Cachaça Havana-Anísio Santiago. Belo Horizonte: Cuatiara, 2006.

30 de dezembro de 2009

Cachaça, riqueza econômica e cultural de Salinas

A cachaça produzida no município desde o fim do século XIX tem participação importante na economia local. Também é uma expressão cultural e histórica pelo modo de fazer dos produtores que mantém a tradição artesanal no processo de produção. Atualmente, são mais de 50 marcas e produção anual de mais de 4 milhões de litros. Algumas marcas salinenses possuem renome nacional e internacional pela sua qualidade e tradição.

Instituto Histórico e Geográfico de Salinas

Existem poucos Institutos Históricos e Geográficos no Brasil. O município de Salinas tem o seu. Em 1988 obteve o reconhecimento de utilidade pública do governo mineiro (ver lei abaixo). Infelizmente,  parece que o Instituto Histórico e Geográfico de Salinas se encontra inativo. Uma pena, pois poderia ser um irradiador da cultura salinense com a publicação de revistas sobre a história do município e região. Bem que os sócios do instituto poderiam reativá-lo. Fica a sugestão.
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LEI Nº. 9614, DE 30/06/1988

Declara de utilidade pública o
INSTITUTO HISTÓRICO E
GEOGÁFICO DE SALINAS,
com sede na Cidade de Salinas.

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes,

decretou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica declarado de utilidade pública o Instituto

Histórico e Geográfico de Salinas, com sede na Cidade de Salinas.

Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.

Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 30 de

junho de 1988.

Newton Cardoso - Governador do Estado
 
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20 de dezembro de 2009

Registro de falecimento de salinenses

11 de janeiro de 1844 - Falece na Chácara da Salina, no distrito de Santo Antônio de Salinas, o Sargento-Mor José Cardoso de Araújo. Foi integrante da 1ª. Câmara Municipal de Rio Pardo de Minas. Pouco depois, foi o 1º. Juiz de Paz do distrito de Santo de Santo Antônio de Salinas, onde residia. Furriel em 1834, Sargento-Mor, Capitão e Juiz de Órfãos várias vezes de 1837 a 1840. Teve participação importante no desenvolvimento do distrito de Santo Antônio de Salinas.

26 de fevereiro de 1854 – Falece no distrito de Santo Antônio de Salinas, no sítio da Cachoeira (Fazenda Bananal), Padre Bernardino Ferreira da Costa, filho de José Ferreira da Costa e Isabel Maria do Rosário. Nasceu em 1778 na fazenda Tabúa, em Água Quente (atual Montezuma) em 1778. Era muito rico e deixou em testamento diversos legados, mandou passar carta de liverdade a escravos e instituiu por herdeiro Vicente Ferreira da Costa. Foi sepultado na Capela de Santo Antônio de Salinas. A capela caiu em 1914 e os restos mortais foram transferidos para a Capela de Nossa Senhora da Piedade e colocados ao lado do jazigo de Cônego Benício José Ferreira, sepultado na Igreja Matriz de Salinas, a 29 de maio de 1908. Em 1935, com a demolição da Capela de Nossa Senhora da Piedade, a lousa do Padre Bernardino Ferreira da Costa retirada e depositada na Casa Paroquial dos Franciscanos.

9 de fevereiro de 1926 – Falece em Conceição do Mato Dentro, Minas, o Juiz de Direito aposentado, Bazílio da Silva Santiago. Filho de Caetano José da Silva Santiago e Maria José da Silva Maia Santiago, nasceu no dia 2 de março de 1857, na Freguesia do Sacramento da Boa Vista do Recife, Pernambuco. No dia 14 de junho de 1879 casou-se com Elvira de Morais e Silva, em Recife. Formou em Direito em Recife colando grau no dia 11 de novembro de 1882. Aos 31 de janeiro de 1883, entrou em exercício de Promotro de Justiça em Cabrobó, Pernambuco. Aos 29 de novembro de 1886, tornou-se Juiz de Direito da Vila do Calhau (atual Araçuaí, Minas). Em Rio Pardo toma posse de Juiz de Direito aos 12 de junho de 1892. Pede sua transferência para a Comarca de Santo Antônio de Salinas, concedida em agosto de 1894. Fica viúvo em 1896. Em junho de 1900 é removido para a Comarca de Januária, mas não aceita a remoção. Desejando ficar mais perto da capital mineira, permutou com o Juiz de Direito de Conceição de Mato Dentro, Dário Augusto Ferreira da Silva. O povo de Salinas tomando conhecimento de sua remoção reúne-se em frente de sua residência, numa manifestação de apreço, pede para que não saia de Salinas. Comovido com tal manifestação de apoio e amizade, diz que Salinas lhe era muito querida, pois ali se achava o túmulo de sua esposa e o berço da segunda (casara-se novamente com Melinda Ferreira Santiago). Deu-lhes permissão de em seu nome, telegrafar desistindo da permuta. Quando foi realizada a transmissão, após longa viagem a Montes Claros, estação mais próxima, o decreto de remoção já havia sido assinado pelo governador de Minas Gerais. Com isso, saiu de Salinas a cavalo com a família no dia 27 de março de 1908, chegando a Conceição do Mato Dentro no dia 21 de abril, vinte e quatro dias depois. Ali exerceu as suas funções de Juiz de Direito até 24 de junho de 1924, quando se aposentou por invalidez.

1º. de março de 1950 – Falece em Salinas, Ana Vieira de Almeida (Sinhaninha), ficando todos os seus bens para o seu esposo Bernardino Ferreira Costa (Cel. Bernardino Costa), em virtude de testamento recíproco.

26 de fevereiro de 1957 – Falece em Salinas, Dr. Manuel Agostinho de Oliveira Morais, aos 67 anos. Natural de Mariana (MG), filho de Torquato José de Oliveira Morais e Ana Florinda de Oliveira Morais. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Minas Gerais em 1924. Casou-se em Mariana com Cecília Carvalho Morais e, ficando viúvo, transfere-se para Fortaleza (atual Pedra Azul), depois para Salinas, onde se casou com Clemência Miranda de Morais, aos 12 de fevereiro de 1929. Foi advogado na região de Salinas onde prestou relevantes serviços jurídicos. Deixou viúva e filhos: Antônio Filomeno de Oliveira Morais, Ivo Miranda de Morais, Sílvia de Oliveira Morais, Célia Miranda de Morais, Murilo Morais, Maria de Lourdes Morais, Aliete Ione Morais, José Miranda de Morais, Lívia Miranda de Morais e Elmo Miranda de Morais.

28 de outubro 1973 – Falece em Belo Horizonte, o salinense Coronel Idalino Ribeiro, aos 94 anos. É considerado um dos homens mais importantes da história de Salinas em face do legado que deixou como empresário e político.

22 de dezembro de 2002 - Falece Anísio Santiago, aos 91 anos, produtor da lendária cachaça Havana-Anísio Santiago, marca ícone da cachaça artesanal brasileira. Anísio Santiago foi responsável direto pela transformação de Salinas em referência nacional na produção de cachaça artesanal de qualidade com a cachaça Havana, marca pioneira na região. Figura entre os homens mais importantes da história de Salinas em face do legado que deixou ao povo de Salinas. Deixou a esposa Adélia Mendes Santiago e os filhos Anísia Mendes Santiago, Geraldo Mendes Santiago, José Mendes Santiago, Maria do Carmo Santiago, Nilton Santiago, Oraldo Santiago e Osvaldo Mendes Santiago e muitos netos.

8 de fevereiro de 2007 - Falece em Montes Claros, aos 91 anos, Adélia Mendes Santiago, viúva de Anísio Santiago (1912-2002), produtor da famosa cachaça Havana. Foi enterrada no cemitério de Salinas no túmulo do falecido marido.

6 de fevereiro de 2008 - Falece Noé Santiago Soares, vítima de ataque fulminante, no distrito de Nova Matrona, município de Salinas. Foi produtor da cachaça Canarinha, uma das marcas mais tradicionais de Salinas. Foi enterrado no cemitério de Nova Matrona.

18 de fevereiro de 2009 - Falece João Costa, aos 81 anos, maior historiador da região de Salinas. Deixou a esposa Cleusa Corrêa Costa e os filhos Cibele, Clever, Daniele, Dida,  Hércules e Mariângela. No funeral recebeu justa homenagem do Instituto Histórico e Geográfico de Salinas. 

29 de novembro de 2009

Falsificação da cachaça Havana


Na década de 1970 tem-se registro da primeira onda de falsificação da cachaça mais famosa de Salinas: Havana, do produtor Anísio Santiago (1912-2002). A reportagem abaixo foi publicada no Diário de Montes Claros no dia 23 de março de 1976. Desde então, a famosa marca sempre foi objeto de falsificadores. Leia a reportagem na íntegra.
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DERRAME DE HAVANA FALSIFICADA NA CIDADE

(Diário de Montes Claros, Montes Claros, 23 mar. 1976)


MONTES CLAROS - Numa ação conjunta das Secretarias da Fazenda e de Segurança Pública do Estado, através da Superintendência Regional da Fazenda e da Delegacia Regional de Segurança Pública de Montes Claros, foi descoberto um derrame de aguardentes falsas da marca “Havana” no comércio local. A Distribuidora de Bebidas Jóia Ltda., localizada à Rua Bário, 17, Bairro Edgar Pereira, foi fechada ontem pela polícia, tendo sido preso o seu sócio-gerente.

Outra fábrica clandestina de bebidas, localizada à Rua João Martins, 234, Vila Guilhermina, também foi fechada ontem. Enorme quantidade de material empregado no fabrico de bebidas foi apreendido e levado para a Superintendência Regional da Fazenda, além de ter sido preso o químico prático Clóvis Alves de Albuquerque.

Enquanto o chefe da Divisão de Fiscalização e Tributação da Superintendência, Sr. Marcius da Anunciação Dias anunciava na manhã de hoje que as investigações para se chegar a novas fábricas clandestinas de bebidas continuavam, podendo aparecer novos dados até amanhã, o delegado da comarca, Sr. Paulo Emílio Viana, tomava todas as medidas para ouvir os envolvidos ainda hoje. O delegado regional de Montes Claros, Sr. Lindolfo de Almeida, responsável no dia de ontem por toda a ação policial, passou o caso para o delegado da comarca, que deveria instaurar o inquérito desde o ano passado.

Em agosto do ano passado, a Superintendência Regional da Fazenda recebeu denúncias de Anísio Santiago, fabricante da aguardente “Havana” e de Valdete Romualdo da Silva, fabricante de “Indaiazinha”, cuja representação somente foi efetivada em 25 de dezembro último, através do protocolo da denúncia na repartição. A mesma representação foi encaminhada a Polícia Federal, nesta cidade.

Nas denúncias formuladas, Anísio Santiago revelou que há mais de cinco anos não distribuía a cachaça “Havana” em Montes Claros, o que era feito apenas em Salinas. Apesar disso, o fabricante “ficou alarmado com a enorme quantidade de aguardente existente no comércio local (Montes Claros), muito superior à própria produção” – conforme disse na representação.

As investigações, que vinham sendo feitas desde agosto, tiveram seu desfecho ontem, quando a Superintendência solicitou ajuda do delegado regional para dar golpe final nos falsificadores. As fábricas clandestinas das ruas Bário e João Martins foram fechadas e seus proprietários presos.

O maior distribuidor de aguardentes falsas da marca “Havana” na cidade, Pedro Pereira da Silva, residente em um quarto localizado nas dependências do Estádio João Rebello (campo do Ateneu), também foi preso ontem, por volta do meio dia.

Na Distribuidora de Bebidas Jóia, foram apreendidos rótulos falsificados de “Havana”; três clichês que eram empregados para falsificar rótulos de “Havana”; e carimbos de selagem (linhas de linotipo). O distribuidor Pedro Pedreira da Silva trabalhava para essa fábrica.

Apreensão de aguardentes

Durante todo o dia de hoje, fiscais da Superintendência Regional da Fazenda estavam percorrendo casas comerciais e clubes da cidade, apreendendo aguardentes falsas de “Havana”, sendo que somente na parte da manhã foram apreendidas 14 garrafas com o comerciante José Egídio de Azevedo Neto; 40 garrafas na Cerealista Clarete Carvalho Ltda.; 08 garrafas no Automóvel Clube; 07 garrafas com Geraldo José da Costa; e 28 garrafas com Bartolomeu Aleixo de Carvalho.

6 de novembro de 2009

1838 - População do distrito de Santo Antônio de Salinas

Censo de 1838, no século XIX, realizado na Província de Minas Gerais confirma a existência de 248 pessoas no distrito de Santo Antônio de Salinas que pertence à Vila do Rio Pardo.

1757 - Região de Salinas é incorporada à província de Minas Gerais

O Rei de Portugal, Dom José (1714-1777), em 13 de maio de 1757, em face dos “descaminhos dos diamantes” determina desmembramento da Capitania da Bahia o território da Comarca das Minas Novas do Fanado com sede na Vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso das Minas Novas do Araçuaí (atual município de Minas Novas), incorporando à Capitania de Minas Gerais. A região de Salinas e o Alto Rio Pardo integram este território. Vejamos:

“Dom José por graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves d´aquém e d’além mar, em África Senhor da Guiné etc.


Faço saber a vós Governador, e Capitão General do Rio de Janeiro, a cujo cargo está o Governo das Minas Gerais, que sendo me presente, que os descaminhos que há de muitos diamantes, que aparecem fora do contrato, procede da pouca observância que na Comarca das Minas Novas do Fanado, tem as ordens do Intendente Geral dos Diamantes, por pertencer ao Governo da Bahia, e distar dela mais de duzentas léguas, quando fica mais vizinha, e em distância só de quarenta léguas da Comarca de Serro do Frio onde reside o dito Intendente, que poderá com maior facilidade das as providências necessárias, para se evitar uma tão prejudicial extração, unindo-se estas duas comarcas, que se compreendem na demarcação que mandei fazer das terras proibidas para nelas não minerarem os povos, e tendo a isto respeito, e a outros justos motivos, houve por bem, por Decreto de onze do corrente mês e ano, separar do Governo da Bahia as referidas Minas Novas do Fanado, e que fiquem unidas com as tropas que nelas se acham, da Comarca do Serro Frio, e Governo das Minas Gerais, que antes pertenceram; e fui servido ampliar a jurisdição do sobredito Intendente Geral dos Diamantes, para que nelas igualmente exercite; não obstante as ordens que tem havido em contrário; de que vos aviso para que assim o tenhais entendido e mandeis registrar esta minha ordem nos livros da Secretaria desse Governo. El-Rei nosso senhor, o mandou pelos seus Conselheiros Ultramarinos abaixo assinados. Lisboa a 13 de maio de 1757. O Secretário Joaquim Miguel Lopes de Lavre a fez escrever. Antônio de Azevedo Coutinho. Antônio Lopes da Costa.”
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(Fonte: PIRES, Simeão Ribeiro. Raízes de Minas. Montes Claros, 1979, págs. 190-191).

1790 - Chegam os pioneiros do arraial de Santo Antônio de Salinas

Chegam no futuro povoado de Santo Antônio de Salinas, em 1790, os primeiros moradores: Faustina Fernandes Pessoa, José Cardoso de Araújo, Padre Bernardino Ferreira da Costa e algumas beatas, oriundos do povoado de Rio Pardo, cujo território pertencia ao município de Minas Novas do Fanado, subordinado à Comarca de Serro Frio, logo após descoberta de sal-gema, produto muito precioso na época devido a sua escassez.

Com a exploração do sal-gema, logo surgem extensas fazendas indicando povoamento definitivo: Bananal (de propriedade de Faustina Fernandes Pessoa), Ribeirão, Gramas, Tabocas, Matrona e Canela D’Elma. Logo surge o arraial de Santo Antônio de Salinas como núcleo urbano em estágio primitivo quando Faustina Fernandes Pessoa faz doação de terreno para construção de capela com a proteção de Santo Antônio. Daí, o nome de Santo Antônio de Salinas.

O povoado de Santo Antônio de Salinas pertenceu ao território de Minas Novas do Fanado de 1790 até 1833, quando passou a integrar o território do recém criado município de Rio Pardo de Minas na condição de distrito.

1734 - Início da ocupação do território de Santo Antônio de Salinas

A ocupação oficial da região de Salinas teria início por meio de alvará concedendo ao Capitão Inácio de Souza Ferreira grande extensão de terras (sesmaria) que vão do rio Vacaria ao rio Jequitinhonha em 1734, no século XVIII.
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Fonte: ÂNGELIS, Newton. Efemérides Riopardenses. Salinas: 1998.