11 de outubro de 2016
30 de setembro de 2016
50 ANOS DO XUÁ CLUBE CAMPESTRE DE SALINAS
Por Roberto Carlos Morais Santiago
Fundado no dia 15 de agosto de 1966, o mais tradicional clube de Salinas fez 50 anos no dia 15 de agosto de 2016.
Até a década de 1960, Salinas não possuía clube recreativo. A juventude salinense sentia essa lacuna. Certo dia, numa ensolarada manhã após a missa na Igreja Matriz de Santo Antônio, os amigos Osvaldo Bernardino, Rafael Daconti e Sérgio Rodrigues se encontraram na farmácia de Osvaldo Bernardino para discutir a ideia de construir um clube na cidade.
O assunto logo percorreu positivamente na sociedade salinense e em pouco tempo foi arrecadado quantia de três milhões de cruzeiros para aquisição de terreno. A primeira tentativa de comprar um terreno foi na Mestiça, mas não deu certo. Posteriormente, foi localizado terreno ideal nas margens do rio Ribeirão de propriedade do fazendeiro Geraldo Loiola. Inicialmente não aceitou vender terreno para construir o clube. Porém, acabou cedendo e fixou o valor do terreno em três milhões de cruzeiros. O negócio foi fechado.
Da ousadia e tenacidade de um grupo de amigos surgiu clube que faz parte da história de Salinas. Foi inaugurado no dia 15 de agosto de 1966, originalmente com o nome de Ribeirão Campestre Clube. No dia 1º. de setembro do mesmo ano foi rebatizado para Xuá Clube Campestre. Historicamente, o clube tem participação importante na formação cultural, social e esportiva de milhares de salinenses.
Até a década de 1960, Salinas não possuía clube recreativo. A juventude salinense sentia essa lacuna. Certo dia, numa ensolarada manhã após a missa na Igreja Matriz de Santo Antônio, os amigos Osvaldo Bernardino, Rafael Daconti e Sérgio Rodrigues se encontraram na farmácia de Osvaldo Bernardino para discutir a ideia de construir um clube na cidade.
O assunto logo percorreu positivamente na sociedade salinense e em pouco tempo foi arrecadado quantia de três milhões de cruzeiros para aquisição de terreno. A primeira tentativa de comprar um terreno foi na Mestiça, mas não deu certo. Posteriormente, foi localizado terreno ideal nas margens do rio Ribeirão de propriedade do fazendeiro Geraldo Loiola. Inicialmente não aceitou vender terreno para construir o clube. Porém, acabou cedendo e fixou o valor do terreno em três milhões de cruzeiros. O negócio foi fechado.
Da ousadia e tenacidade de um grupo de amigos surgiu clube que faz parte da história de Salinas. Foi inaugurado no dia 15 de agosto de 1966, originalmente com o nome de Ribeirão Campestre Clube. No dia 1º. de setembro do mesmo ano foi rebatizado para Xuá Clube Campestre. Historicamente, o clube tem participação importante na formação cultural, social e esportiva de milhares de salinenses.
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Primeiro presidente do clube. |
21 de setembro de 2016
FREGUESIA DE SALINAS
Em 1855, século XIX, Salinas era distrito da Vila de Rio Pardo. A lei mineira nº 730, de 14 de maio de 1855, elevou à Freguesia o distrito de Santo Antônio de Salinas, então pertencente ao município de Rio Pardo. A lei foi assinada por Francisco Diogo Pereira de Vasconcelos, presidente da Província de Minas Gerais. Poucos anos depois, em 1880, o distrito se emancipa e é elevado à categoria de município. Eis o texto na íntegra:
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Fonte: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/leis_mineiras_docs/viewcat.php?cid=1453
6 de setembro de 2016
DARCY FREIRE
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Darcy Freire (1923-1979). |
DARCY FREIRE, poeta e escritor, nasceu em Salinas no dia 2 de fevereiro de 1923. Estudou o secundário no Rio de Janeiro, depois Engenharia na Escola de Minas, em Ouro Preto.
Abandonou suas atividades para se dedicar à vida familiar e iniciar vida literária em Salinas. Publicou inúmeros artigos nos jornais “Cidade de Salinas” e a “A Bola”. Foi autor de livros, dentre eles “Coivaras” e “Conselhos e Canções”, nas décadas de 1950 e 1960.
Na década de 1950 entrou para a política. Foi eleito vice-prefeito de Salinas (1950-1954) ocupando o cargo interino de prefeito por dois anos, período em que houve grande florescimento cultural, artístico e esportivo em Salinas. Na capital mineira ocupou diversos cargos públicos, como diretor do Instituto Estadual de Floresta e assessor em Secretarias do Governo de Minas Gerais.
É patrono da Academia de Letras de Salinas. De grande sensibilidade literária é considerado a mais importante influência sobre a nova geração de poetas e escritores salinenses. Faleceu em 1979 aos cinquenta e seis anos.
Abaixo, transcrição de um dos muitos poemas que fez:
TERRA DE MINHA VIDA
(Darcy Freire)
Oh! Minha terra, berço meu, Salinas,
Prisma encantado de mil e uma arestas,
Onde a esperança verde das florestas
Sepulta as esmeraldas – turmalinas!
Cascatas sonhadoras, sempre em festas
Carregam prata e sol como meninas
Travessas, e, no prado, as boninas
Mostram baton às flores mais honestas...
Amo a paisagem de ametista e jade,
Que emoldura o meu quadro de saudade...
Oh! Salinas! Oh! Minha Shangri-lá!
Onde ouvi, vez primeira, a voz materna;
Onde senti, no peito, a voz interna,
Onde meu filho me chamou papá...
1 de setembro de 2016
REGIÃO DE SALINAS É INTEGRADA À CAPITANIA DE MINAS GERAIS
13 DE MAIO DE 1757 - O Rei de Portugal, Dom José (1714-1777), em face dos “descaminhos dos diamantes” determina desmembramento da Capitania da Bahia o território da Comarca das Minas Novas do Fanado com sede na Vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso das Minas Novas do Araçuaí (atual município de Minas Novas), incorporando à Capitania de Minas Gerais. A região de Salinas e o Alto Rio Pardo integram este território. Vejamos:
“Dom José por graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves d´aquém e d’além mar, em África Senhor da Guiné etc.
Faço saber a vós Governador, e Capitão General do Rio de Janeiro, a cujo cargo está o Governo das Minas Gerais, que sendo me presente, que os descaminhos que há de muitos diamantes, que aparecem fora do contrato, procede da pouca observância que na Comarca das Minas Novas do Fanado, tem as ordens do Intendente Geral dos Diamantes, por pertencer ao Governo da Bahia, e distar dela mais de duzentas léguas, quando fica mais vizinha, e em distância só de quarenta léguas da Comarca de Serro do Frio onde reside o dito Intendente, que poderá com maior facilidade das as providências necessárias, para se evitar uma tão prejudicial extração, unindo-se estas duas comarcas, que se compreendem na demarcação que mandei fazer das terras proibidas para nelas não minerarem os povos, e tendo a isto respeito, e a outros justos motivos, houve por bem, por Decreto de onze do corrente mês e ano, separar do Governo da Bahia as referidas Minas Novas do Fanado, e que fiquem unidas com as tropas que nelas se acham, da Comarca do Serro Frio, e Governo das Minas Gerais, que antes pertenceram; e fui servido ampliar a jurisdição do sobredito Intendente Geral dos Diamantes, para que nelas igualmente exercite; não obstante as ordens que tem havido em contrário; de que vos aviso para que assim o tenhais entendido e mandeis registrar esta minha ordem nos livros da Secretaria desse Governo. El-Rei nosso senhor, o mandou pelos seus Conselheiros Ultramarinos abaixo assinados. Lisboa a 13 de maio de 1757. O Secretário Joaquim Miguel Lopes de Lavre a fez escrever. Antônio de Azevedo Coutinho. Antônio Lopes da Costa.”
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(Fonte: PIRES, Simeão Ribeiro. Raízes de Minas. Montes Claros, 1979, págs. 190-191).
25 de agosto de 2016
DISTRITO DE FORTALEZA DE SALINAS
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Imagem do distrito de Fortaleza de Salinas em 1900, final do século XIX. Recenseamento realizado naquele ano identificou 4.342 habitantes no distrito. Fonte da imagem: Abdênago Lisboa/Apolo Heringer. |
Por Roberto Carlos Morais Santiago
Originalmente o município de Salinas já foi muito extenso em território, sendo um dos maiores da região norte-mineira. Um dos distritos mais distante de Salinas (sede) era Fortaleza de Salinas (atual município de Pedra Azul) cerca de 150 quilômetros. Foi o primeiro a se emancipar. O processo de emancipação iniciou no dia 30 de agosto de 1911 quando da sanção da Lei Estadual nº. 556, que criou o município de Fortaleza. No dia primeiro de março de 1912 realizam-se as primeiras eleições. A instalação da 1ª Câmara de Vereadores do novo município ocorreu no dia 1º de junho de 1912 em Salinas. Tomaram posse os eleitos: Pacífico Soares de Faria (eleito presidente da Câmara e agente executivo - cargo equivalente a prefeito atualmente), João de Lima Pires, Hormino de Almeida, Alcebíades Antunes de Oliveira, Carlos Américo da Cunha Peixoto, João da Costa Fernandes e João da Rocha Medrado. O povoado de Cachoeira de Pajeú também desmembra-se de Salinas e integra o território do novo município de Fortaleza na condição de distrito. Em 1943, após realização de plebiscito local, o nome do município é alterado para Pedra Azul.
LIVRO DE 1869 É ADQUIRIDO POR SALINENSE EM 1874
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Livro raro de 1869. |
Por Roberto Carlos Morais Santiago
Até a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o francês era a principal língua estrangeira estudada no país. O inglês não tinha a influência de hoje. Em Salinas não era diferente.
Até a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o francês era a principal língua estrangeira estudada no país. O inglês não tinha a influência de hoje. Em Salinas não era diferente.
A prova disso é o livro "Nouveau Dictionnaire Portugais-Français", edição de 1869 (século XIX), 1238 páginas, autoria de José Ignácio Roquete. Originalmente foi adquirido no dia 12 de dezembro de 1874 por um salinense desconhecido (seu nome está rasurado no livro). Na época Salinas ainda era distrito de Rio Pardo, pois veio emancipar-se somente em 1880.
Em 2 de novembro de 1904 o livro foi adquirido por José Santiago (1873-1945), este o patriarca da família Santiago em Salinas, ao custo de 19.200 réis. Em 1945 o livro passou a ser do filho Arlindo Santiago (1909-2011). Pai e filho foram pessoas muito cultas em Salinas. Deixaram grande acervo de livros antigos.
Em 2 de novembro de 1904 o livro foi adquirido por José Santiago (1873-1945), este o patriarca da família Santiago em Salinas, ao custo de 19.200 réis. Em 1945 o livro passou a ser do filho Arlindo Santiago (1909-2011). Pai e filho foram pessoas muito cultas em Salinas. Deixaram grande acervo de livros antigos.
Em 2011 o editor deste blog ganhou o livro oferecido pelo seu tio-avô Arlindo Santiago. Uma relíquia de livro que já possui 147 anos de edição e 112 anos em mãos de um Santiago.
4 de junho de 2016
JUVENTINO FERREIRA NUNES
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Juventino Ferreira Nunes, líder político da facção "Fino". |
Por Roberto Carlos Morais Santiago
O blog História de Salinas investigou e descobriu período violento na história do município de Salinas envolvendo personagens que disputavam o poder político local no final da década de 1920.
Duas correntes políticas dominavam o panorama político, sendo que a facção o "Fino" era liderada por Juventino Ferreira Nunes que mantinha a situação política.
A outra facção era o "Grosso", liderada pelo Cel. Idalino Ribeiro, presidente da Câmara dos Vereadores e Agente Executivo (cargo equivalente a prefeito atualmente). Este aspirava o comando político local.
Em 1927 as duas facções se envolveram em uma disputa ferrenha pelo domínio do jogo político cujos desdobramentos foram violentos.
Juventino Ferreira Nunes, natural de São João Batista (atual município mineiro de Itamarandiba), era líder nato, culto, mestre do vernáculo, músico, normalista, professor de português, farmacêutico e dono de farmácia. Mais, era muito querido pela população salinense. Tornou-se político mais por imposição e influência do amigo e então chefe político local Cel. Rodrigo Cordeiro.
A chegada do jovem Clemente Medrado Fernandes, filho de André Fernandes, recém formado em medicina para clinicar em Salinas indiretamente mudou os rumos da política do município. Este, além de clinicar, montou uma farmácia e passou fazer concorrência com a farmácia de Juventino Ferreira Nunes. O negócio não prosperou em face da clientela cativa do concorrente. Estava difícil concorrer com a farmácia de Juventino.
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Cel. Idalino Ribeiro, rival político de Juventino Ferreira Nunes, e líder da facção "Grosso''. |
Até meados dos anos 1920 havia um circulo de homens políticos famosos que faziam parte de somente uma facção política que comandou Salinas por várias décadas desde que o município fora criado em 1880, final do século XIX.
Cel. Rodrigo Cordeiro foi um dos primeiros chefes políticos de Salinas. Através dele a política local foi transmitida para Juventino Ferreira Nunes com o aval de outros políticos como Idalino Ribeiro, Luiz Gomes de Oliveira, Olyntho Prediliano de Santanna, Procópio Cardoso, Catolino Gomes de Oliveira, dentre outros.
Logo houve cisão desse grupo político criando-se duas facções, sendo que uma era o "Fino", comandada por Juventino Ferreira Nunes, e a outra era o "Grosso", comandada pelo Cel. Idalino Ribeiro.
Logo houve cisão desse grupo político criando-se duas facções, sendo que uma era o "Fino", comandada por Juventino Ferreira Nunes, e a outra era o "Grosso", comandada pelo Cel. Idalino Ribeiro.
A disputa política local se intensificou e chegou a um ponto de confronto extremo de violência. Em uma reunião na residência de André Fernandes, que pertencia a facção "Grosso" e tinha interesses pessoal em destronar Juventino Ferreira Nunes, ficou acertada a ida do advogado Luiz Gomes de Oliveira a Lavras (atual Vitória da Conquista), na Bahia, onde este contrataria o temido jagunço Manoel Gusmão, popularmente conhecido por Maneca Primo.
Poucos dias depois chega a Salinas Maneca Primo com outros 28 jagunços fortemente armados para dar cobertura ao grupo "Facção" ao preço de um conto de réis por cabeça. Ficaram alojados na casa do advogado Luiz Gomes de Oliveira. Havia muita movimentação na cidade e a população ficou em polvorosa. O ambiente estava ficando politicamente explosivo.
Desconfiado de tanta movimentação da facção rival, Juventino Ferreira Nunes reúne seus amigos e comandados, entre eles os membros da família Moreira, da Serra do Anastácio, João Gambeira, Diomercindo Victor de Souza, entre outros, que ficaram entrincheirados em sua casa que ficava em frente a Vargem (onde está localizado o atual mercado municipal). O subdelegado do distrito de Taiobeiras (que pertencia a Salinas), Procópio Moreira dos Santos, foi chamado às pressas para defender o chefe político. A Polícia Militar em Salinas, comandada pelo sargento Sebastião Christiano de Faria, ajudou na defesa da residência de Juventino Ferreira Nunes.
Com a casa cercada pelos jagunços da facção "Grosso", no dia 1º. de março de 1927, numa terça-feira de carnaval, teve início do maior tiroteio que se tem notícia da história de Salinas. A facção "Fino" de Juventino Ferreira Nunes e companheiros se defenderam, com o apoio da autoridade policial, trocando tiros com os jagunços que terminou no dia seguinte. Ambos os lados utilizaram carabinas, cravinotes, espingardas e revólveres. Segundo informações de pessoas da época foram disparados mais de 2 mil tiros contra a residência de Juventino Ferreira Nunes, embora ninguém tenha morrido.
Cercado, logo Juventino Ferreira Nunes se deu por vencido, mais pela falta de água na residência cortada pelos jagunços e pela segurança da esposa e filhos. Foi vencido pelo cansaço. Sua esposa, Maria Pimenta, popularmente conhecida por dona Zinha, estendeu uma toalha branca por uma janela pedindo paz. Logo, a mesma dona Zinha saiu de sua casa, sob complacência dos jagunços, caminhou pelas ruas, passou pela Igreja, rezou, e foi até a casa do Cel. Idalino Ribeiro, que aparentemente tinha ficado neutro no conflito, uma vez quem apareciam no comando do conflito contra Juventino Ferreira Nunes eram André Fernandes, o advogado Luiz Gomes de Oliveira e o irmão Catolino Gomes de Oliveira. Dona Zinha fora dizer ao Cel. Idalino Ribeiro que o marido Juventino estava disposto a se render pois não queria derramamento de sangue.
Com isso, fora montada uma comissão liderada por Clemente Medrado Fernandes para impor os termos da rendição. No dia seguinte a comissão foi cumprir sua missão. Clemente Medrado Fernandes foi acompanhado do jagunço Maneca Primo e João Rodrigues Pio, ambos armados. Juventino Ferreira Nunes recebeu a comissão e ao perceber a presença do jagunço Maneca Primo, disse aos presentes:
- Se não fosse a presença de mulher e filhos, preferia morrer traspassado por uma bala baiana, mas honrando meu território mineiro.
Assustado, Maneca Primo manobrou a carabina para atirar em Juventino em sua própria casa, mas João Rodrigues impediu desviando o cano da arma. Negociada a rendição, Juventino Ferreira Nunes foi levado para a residência do Cel. Idalino Ribeiro. Todas as pessoas que estavam na residência durante o conflito foram presas e levadas para a cadeia.
Cel. Idalino Ribeiro deu prazo de 24 horas para Juventino Ferreira Nunes sair da cidade para nunca mais voltar. Este saiu pelas fazendas em animais cedidos por Osório Martins dos Anjos acompanhado por João Costa, passando por Bandeira (atual Rubelita), Araçuaí, Diamantina, até chegar a Belo Horizonte. De lá foi para a cidade de Manhuaçu, onde em pouco tempo foi nomeado diretor de uma escola pública. Nunca mais retornou a Salinas. Em Manhuaçu foi feito um busto em sua homenagem pelo seu espírito de liderança e capacidade intelectual na escola em que atuou. Era um idealista.
Em Salinas, após o conflito, Cel. Idalino Ribeiro tornou-se chefe político de fato e direito na região. De 1930 a 1958 impôs todos os prefeitos da cidade até perder a eleição de 3 de outubro de 1958, sendo derrotado pelo sobrinho Geraldo Paulino Santanna para eleições municipais. Ressalta-se que de 1918 a 1930, Cel. Idalino Ribeiro ainda foi presidente da Câmara dos Vereadores e Agente Executivo (equivalente a prefeito atual).
Quanto a Clemente Medrado Fernandes este prosperou em Salinas como empresário e político. Tornou-se deputado federal. Foi responsável pela criação da Escola Agrícola de Salinas em 1953 com recurso do governo federal, que leva seu nome.
Historicamente, percebe-se que o líder político Juventino Ferreira Nunes foi derrubado por um jogo político orquestrado para que a facção política o "Grosso" tomasse o poder local, cujo líder era Idalino Ribeiro. Juventino fez a passagem política do Cel. Rodrigo Cordeiro para o Cel. Idalino Ribeiro. No processo político ficou evidente que foi vítima de sistema político e econômico vigente cuja elite queria o poder a qualquer custo, mesmo que as ações fossem extremas e drásticas como aconteceu. Era a prática coronelista praticada no Brasil no período da República Velha que vigorou até 1930, quando Getúlio Vargas assumiu o poder e impôs o regime do Estado Novo que vigorou por cerca de 15 anos.
Quanto a Maneca Primo e seus jagunços, após o conflito, foram expulsos pelas autoridades policiais de Salinas, passando pelo distrito de Taiobeiras. Ali criaram problemas por três dias bebendo e farreando sem nada pagar e criando desafetos. Seguiram para São João do Paraíso e fizeram o mesmo que em Taiobeiras. Desentendeu-se com Antônio Pena, um morador local e, numa briga entre os dois, foi morto. Fatídico fim para um jagunço que foi determinante para a reviravolta política ocorrida em Salinas.
Finalizando, para quem queira entender com mais detalhes os meandros da política de Salinas da primeira metade do século XX, o blog História de Salinas recomenda a leitura da referência bibliográfica abaixo.
__________
Referência blibliográfica:
LISBOA, Abdênago. Octacilíada: Uma Odisséia do Norte de Minas. B. Horizonte: Canaã,
1992.
MIRANDA, Avay. Taiobeiras: Seus Fatos Históricos. Brasília: Thesaurus, 1997.
SANTANNA, Geraldo Paulino. O Caminho de Volta: A Travessia do Deserto. B. Horizonte,
2005.
Com isso, fora montada uma comissão liderada por Clemente Medrado Fernandes para impor os termos da rendição. No dia seguinte a comissão foi cumprir sua missão. Clemente Medrado Fernandes foi acompanhado do jagunço Maneca Primo e João Rodrigues Pio, ambos armados. Juventino Ferreira Nunes recebeu a comissão e ao perceber a presença do jagunço Maneca Primo, disse aos presentes:
- Se não fosse a presença de mulher e filhos, preferia morrer traspassado por uma bala baiana, mas honrando meu território mineiro.
Assustado, Maneca Primo manobrou a carabina para atirar em Juventino em sua própria casa, mas João Rodrigues impediu desviando o cano da arma. Negociada a rendição, Juventino Ferreira Nunes foi levado para a residência do Cel. Idalino Ribeiro. Todas as pessoas que estavam na residência durante o conflito foram presas e levadas para a cadeia.
Cel. Idalino Ribeiro deu prazo de 24 horas para Juventino Ferreira Nunes sair da cidade para nunca mais voltar. Este saiu pelas fazendas em animais cedidos por Osório Martins dos Anjos acompanhado por João Costa, passando por Bandeira (atual Rubelita), Araçuaí, Diamantina, até chegar a Belo Horizonte. De lá foi para a cidade de Manhuaçu, onde em pouco tempo foi nomeado diretor de uma escola pública. Nunca mais retornou a Salinas. Em Manhuaçu foi feito um busto em sua homenagem pelo seu espírito de liderança e capacidade intelectual na escola em que atuou. Era um idealista.
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Casa que pertenceu a Juventino Ferreira Nunes onde ocorreu o mais violento conflito pela disputa do poder político de Salinas em 1927. |
Quanto a Clemente Medrado Fernandes este prosperou em Salinas como empresário e político. Tornou-se deputado federal. Foi responsável pela criação da Escola Agrícola de Salinas em 1953 com recurso do governo federal, que leva seu nome.
Historicamente, percebe-se que o líder político Juventino Ferreira Nunes foi derrubado por um jogo político orquestrado para que a facção política o "Grosso" tomasse o poder local, cujo líder era Idalino Ribeiro. Juventino fez a passagem política do Cel. Rodrigo Cordeiro para o Cel. Idalino Ribeiro. No processo político ficou evidente que foi vítima de sistema político e econômico vigente cuja elite queria o poder a qualquer custo, mesmo que as ações fossem extremas e drásticas como aconteceu. Era a prática coronelista praticada no Brasil no período da República Velha que vigorou até 1930, quando Getúlio Vargas assumiu o poder e impôs o regime do Estado Novo que vigorou por cerca de 15 anos.
Quanto a Maneca Primo e seus jagunços, após o conflito, foram expulsos pelas autoridades policiais de Salinas, passando pelo distrito de Taiobeiras. Ali criaram problemas por três dias bebendo e farreando sem nada pagar e criando desafetos. Seguiram para São João do Paraíso e fizeram o mesmo que em Taiobeiras. Desentendeu-se com Antônio Pena, um morador local e, numa briga entre os dois, foi morto. Fatídico fim para um jagunço que foi determinante para a reviravolta política ocorrida em Salinas.
Finalizando, para quem queira entender com mais detalhes os meandros da política de Salinas da primeira metade do século XX, o blog História de Salinas recomenda a leitura da referência bibliográfica abaixo.
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Referência blibliográfica:
LISBOA, Abdênago. Octacilíada: Uma Odisséia do Norte de Minas. B. Horizonte: Canaã,
1992.
MIRANDA, Avay. Taiobeiras: Seus Fatos Históricos. Brasília: Thesaurus, 1997.
SANTANNA, Geraldo Paulino. O Caminho de Volta: A Travessia do Deserto. B. Horizonte,
2005.
31 de maio de 2016
FALECIMENTO DE OSWALDINA SANTIAGO
Por Roberto Carlos Morais Santiago
A salinense Oswaldina Santiago faleceu em casa aos 99 anos de idade no dia 29 de janeiro de 2016 na cidade norte-americana de Boynton Beach, Flórida. O seu sepultamento ocorreu no Palm Beach Memorial, na cidade de Lantana, também na Flórida.
Filha de José Santiago (1873-1944) e Virgínia Celestina Santiago (1882-1965) nasceu no dia 16 de maio de 1917 no povoado de Lagoinha, zona rural do município de Salinas. Era a caçula de doze filhos e a última a falecer.
Foi casada com José de Abreu Lima e deixou os filhos Geraldo Santiago de Abreu e Mirtes Santiago de Abreu, sete netos (Berenice, Elaine, Elisângela, Fábio, Hadson, Júlio e Neimar) e onze bisnetos (André, Artur, Daniel, Gabriella, Israel, Júlia, Luan, Osvaldo, Rebecca, Sabrina e Scott), deixando um hiato familiar que agora se perpetua com seus sucessores.
3 de maio de 2016
"EFEMÉRIDES RIOPARDENSES"
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Capa do livro. |
Por Roberto Carlos Morais Santiago
O italiano Cônego Newton Caetano de Angelis além de ser padre foi cultor das letras, historiador e exímio pesquisador no Brasil. Deixou ao povo da microrregião de Salinas (Alto Rio Pardo), norte de Minas Gerais, grande obra literária digna de todos os elogios.
O seu livro intitulado “Efemérides Riopardenses” (Salinas: R & S Arte Gráfica, 1998, 4 volumes) traz extensa pesquisa de fatos históricos e genealogia de famílias que povoaram a região de Salinas desde os tempos da colonização lusitana até 1972, final do século XX.
A obra literária é resultado de vinte e sete anos de pesquisa. São citados 2.980 fatos históricos e cerca de dez mil pessoas. Se você é da região de Salinas e quer conhecer seus antepassados pode começar sua pesquisa pelo livro “Efemérides Riopardenses” e vai se surpreender. O livro é riquíssimo em informações históricas sobre a origem dos municípios da região e dos seus pioneiros.
Infelizmente o livro não é encontrado em livrarias. Pouquíssimas bibliotecas da região o possuem. Pelo seu valor histórico merece uma nova edição que poderia ser realizada pelas prefeituras da região em parceria com os familiares do Autor. Fica a sugestão do blog História de Salinas.
1 de maio de 2016
CORONEL IDALINO RIBEIRO
Coronel Idalino Ribeiro é um dos maiores personagens políticos da história de Salinas. Foi chefe político de fato e direito na região de Salinas por quase meio século. Pouco se sabe sobre sua pessoa. Há poucos registros. Poucos livros abordam sua trajetória política, como "Octacilíada: Uma Odisséia do Norte de Minas", de autoria de Abdênago Liboa, e "O Caminho de Volta - A travessia do Deserto", autoria de Geraldo Paulino Santana. São dois livros interessantes que o blog História de Salinas recomenda para quem deseja entender os meandros da política salinense no século XX.
Idalino Ribeiro, filho de João Nepomuceno e Benevinda Costa Ribeiro, nasceu em Salinas no dia 3 de maio de 1879, final do século XIX. Sua família é uma das pioneiras de Salinas com raízes em Rio Pardo de Minas. Em 11 de julho de 1904 se casou com Laudelina Chaves, filha única do rico fazendeiro e político José Chaves. Da união teve quatro filhos: Odete Chaves Ribeiro, José Chaves Ribeiro, Osmane Ribeiro e Severina Chaves Ribeiro.
Ainda jovem, com o apoio do deputado Edmundo Blum, que representava a região do Alto Rio Pardo, foi nomeado fiscal de impostos de consumo do Estado com salário de 120$000 réis e mais 5% da renda. A sua área de fiscalização era imensa alcançando os municípios de Salinas, Grão Mogol, Araçuaí, Pedra Azul, Jequitinhonha, até o Salto da Divisa. Ganhou, ainda, patente para negociar fumo. Em vida se firmou como pessoa influente, comerciante e político.
Foi chefe político em Salinas por quase meio século. De 1918 a 1930 foi Agente Executico (cargo equivalente a prefeito atual) que era ocupado pelo presidente da Câmara de Vereadores. De 1930 a 1959, impôs todos os prefeitos (nomeados ou eleitos) do município, quando seu candidato foi derrotado pelo sobrinho e emergente político emergente Geraldo Paulino Santanna. A partir daí entrou em dacadência política.
Em 1923, foi responsável pela construção e inauguração de ponte de madeira ligando o centro ao bairro São Geraldo. O construtor responsável foi o carpinteiro Viroti, de Jequitaí, que ganhava 15$000 por dia, muito dinheiro para a época.
Palacete especialmente construído em 1933 pelo Cel. Idalino Ribeiro para receber o governador Benedito Valadares. |
No período em que esteve no poder, toda população de Salinas e região, diretamente ou indiretamente, era influenciada pelo Cel. Idalino Ribeiro. A sua palavra era derradeira e decisiva. Por respeito ou medo todos o reverenciavam. Existiam outros coronéis em Salinas de menor expressão em sua época como Bernadino Costa, Procópio Cardoso, Moysés Ladeia. É fato inconteste que o Cel. Idalino Ribeiro estava acima de todos. Dizem que sua ascensão ao poder político em Salinas foi à força e contou com apoio de jagunços baianos e parte da elite local.
Representou fielmente na região de Salinas o papel de chefe oligárquico numa época em que oligarquias familiares eram células importantes no xadrez político da República Velha no Brasil (1889-1930) e da era Getúlio Vargas (1930-1945).
Representou fielmente na região de Salinas o papel de chefe oligárquico numa época em que oligarquias familiares eram células importantes no xadrez político da República Velha no Brasil (1889-1930) e da era Getúlio Vargas (1930-1945).
19 de abril de 2016
SALINAS, DÉCADA DE 1940
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1943 - Antigo prédio da prefeitura de Salinas na rua Barão do Rio Branco onde atualmente existe uma agência bancária do Banco do Nordeste do Brasil. |
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1943 - Feirantes no antigo mercado velho. |
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1943 - Antigo mercado velho. |
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1943 - Caminhão transportando mercadorias e pessoas na estrada de rodagem Salinas - Montes Claros. |
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1943 - Acidente entre caminhão e dois carros na estrada de rodagem Salinas - Montes Claros. |
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1943 - Carro atolado na estrada de rodagem Salinas - Montes Claros. |
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1943 - Visita do Secretário Estadual de Obras Públicas, Demerval José Pimenta (sexto da esquerda para direita) a Salinas. |
11 de abril de 2016
PRIMEIRO CÓDIGO DE POSTURAS DE SALINAS É DE 1885
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Mercado velho de Salinas (gravura de Rafael Daconti). |
Por Roberto Carlos Morais Santiago
O primeiro código de posturas de Salinas foi elaborada e aprovado pela 1ª. Câmara de Vereadores de Salinas sancionada pelo vice-presidente da província de Minas Gerais, Antônio Teixeira de Souza Magalhães, por meio da Resolução provincial nº. 3.369, de 9 de outubro de 1885, na capital Ouro Preto.
Trata-se de documento histórico de Salinas que revela interessantes aspectos sociais e econômicos do município no final do século XIX, como disposição urbanística, obras públicas, limpeza urbana, saúde pública, segurança pública, moral e bons costumes, zona rural, tributação, dentre outras coisas. Vale dar uma conferida no documento abaixo. Boa leitura!
Trata-se de documento histórico de Salinas que revela interessantes aspectos sociais e econômicos do município no final do século XIX, como disposição urbanística, obras públicas, limpeza urbana, saúde pública, segurança pública, moral e bons costumes, zona rural, tributação, dentre outras coisas. Vale dar uma conferida no documento abaixo. Boa leitura!
RESOLUÇÃO PROVINCIAL Nº 3.369, DE 9 DE OUTUBRO DE 1885
(Aprovação provincial do Primeiro código de posturas de Salinas)

21 de fevereiro de 2016
ANTIGO GRUPO ESCOLAR DR. JOÃO PORFÍRIO
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Fachada do antigo Grupo Escolar Dr. João Porfírio. |
Por Roberto Carlos Morais Santiago
Foto rara de 1915, início do século XX, de fachada do antigo Grupo Escolar Dr. João Porfírio, primeira escola de Salinas. O prédio não existe mais. A centenária escola foi construída entre os anos de 1908 e 1910, onde atualmente encontra-se instalada agência do Banco do Nordeste na rua Barão do Rio Branco. A escola teve custo de cerca de cinco contos de réis do governo mineiro, somados à contribuição do povo salinense que muito queria uma unidade de ensino na cidade. A escola foi instalada no dia 23 de setembro de 1911.
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Ao fundo subida da rua Barão do Rio Branco e o antigo Grupo Escolar Dr. João Porfírio. Foto de 1922 - Inauguração da ponte de madeira. |
8 de setembro de 2015
ENTREVISTA NO BLOG QUINTAL DA CACHAÇA
Por Roberto Carlos Morais Santiago
Semana passada (4/9/2015) saiu entrevista do blogueiro que vos escreve concedida a Thiago Tavares, editor do conceituado Blog Quintal da Cachaça sobre o universo da cachaça da região de Salinas. Entre outros assuntos foi abordado aspectos da vida de Anísio Santiago e sobre o livro que conta a saga da sua lendária cachaça Havana que em breve terá sua terceira edição.
Também foi abordado a cachaça Havaninha, produzida por Osvaldo M. Santiago, marca lançada recentemente e que vem tendo boa aceitação no mercado. Outros aspectos históricos que transformou Salinas em região icônica da cachaça artesanal do país é abordado. Nos últimos anos Salinas vem despertando curiosidade por produzir excelente destilado. E não é por menos, pois já são mais de sessenta marcas, maior concentração de marcas do Brasil.
Bom, espero que gostem da entrevista. Para ler basta clicar no link abaixo. Boa leitura!
27 de julho de 2015
EFEMÉRIDES SALINENSES
02/01/1842 - Falece José da Costa Neves, com testamento solene, na fazenda São Pedro, localizada no distrito de Santo Antônio de Salinas. Natural de Porto, Portugal, era filho de Manuel da Costa e Francisca Caetana da Silva.
09/01/1844 - O padre Bernardino Ferreira da Costa, vereador de Rio Pardo, representante do distrito de Santo Antônio de Salinas, pede exoneração do cargo alegando morar no distrito de Salinas, distante 16 léguas de Rio Pardo, ter mais de sessenta anos e padecer de moléstia de supressão de urina. A Câmara de Rio Pardo concedeu a exoneração aceitando os motivos alegados.
09/01/1845 - José Joaquim de Almeida e o 3º Alferes José Pereira de Oliveira e Melo tomam posse no cargo de Juiz de Paz (1845-1849) no distrito de Santo Antônio de Salinas.
09/01/1849 - Claudino Barbosa de Oliveira, Januário da Fonseca Magalhães, José Machado Junior e Ponciano José Esteves tomam posse no cargo de Juiz de Paz (1849-1853) no distrito de Santo Antônio de Salinas.
30/03/1853 - Falece em Minas Novas aos setenta anos o Sr. Hilário, natural de Santo Antônio de Salinas e escravo de Manuel Lopes Penedo. No dia 17 de julho de 1851 foi condenado às galés perpétuas pelo assassinato de Antônio Cardoso de Araújo com uma pancada de machado, crime cometido no dia 12 de março do mesmo ano.
12/02/1858 - Toma posse no cargo de Subdelegado de Polícia do distrito de Santo Antônio de Salinas, Claudino Barbosa de Oliveira.
09/01/1867 - Falece no sítio da Matrona, distrito de Santo Antônio de Salinas, Domingos Moreira de Souza com sessenta e nove anos, casado com Juliana Maria da Conceição. Era natural de Porto, Portugal e filho do Guarda-Mor Lucas Mendes Lourenço e Josefa Maria da Conceição.
19/01/1883 - Desmembrado do município de Rio Pardo pela Lei Provincial nº 2.275, de 18 de dezembro de 1880, instala-se a 1ª Câmara Municipal de Santo Antônio de Salinas. Eis a ata da instalação: "Termo de juramento e posse aos sete vereadores da Câmara Municipal da Vila de Santo Antônio de Salinas. Aos dezenove dias do mês de janeiro de mil e oitocentos e oitenta e três do ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo, às quatro horas da tarde sob a presidência do vereador da Câmara Municipal de Rio Pardo, Conrado Gomes Caldeira, compareceram os Srs. Cap. Carlos Dias Torres, Tte. Donério Ferreira de Araújo, Luiz Ferreira Moneiro, Antônio dos Anjos Silva Sobrinho, Avelino Ferreira de Almeida, Honofre Valente Franco e Mudesto José da Silva, vereadores eleitos para o futuro quadriênio de 1883-1886, com fez certo pelos seus respectivos diplomas, e prestarão sobre o Livro dos Santos Evangelhos, o juramento com as formalidades legais, prometento cumprir com bôa e sã consciência os deveres de seu cargo de vereadores, do qual tomarão posse. E de como assim dicerão, para constar lavrei este termo. Eu, José Cândido Moreira e Souza, secretário interino desta Câmara que este fiz e subscrevi."
04/01/1886 - Nasce no município de Santo Antônio de Salinas, Antônio Alexandrino Borges (Tunico), filho de Clementino Alexandrino Borges e Braselina Perpétua Borges
09/02/1926 - Falece em Conceição do Mato Dentro, Minas, no dia 9 de fevereiro de 1926, o Juiz de Direito aposentado Bazílio da Silva Santiago. Filho de Caetano José da Silva Santiago e Maria José da Silva Maia Santiago, nasceu no dia 2 de março de 1857, na Freguesia do Sacramento da Boa Vista do Recife, Pernambuco. No dia 14 de junho de 1879 casou-se com Elvira de Morais e Silva, em Recife. Formou em Direito em Recife colando grau no dia 11 de novembro de 1882. Aos 31 de janeiro de 1883, entrou em exercício de Promotro de Justiça em Cabrobó, Pernambuco. Aos 29 de novembro de 1886, tornou-se Juiz de Direito da Vila do Calhau (atual município de Araçuaí, Minas). Em Rio Pardo toma posse de Juiz de Direito aos 12 de junho de 1892. Pede sua transferência para a Comarca de Santo Antônio de Salinas, concedida em agosto de 1894. Fica viúvo em 1896. Em junho de 1900 é removido para a Comarca de Januária, mas não aceita a remoção. Desejando ficar mais perto da capital mineira, permutou com o Juiz de Direito de Conceição de Mato Dentro, Dário Augusto Ferreira da Silva. O povo de Salinas tomando conhecimento de sua remoção reúne-se em frente de sua residência, numa manifestação de apreço, pede para que não saia de Salinas. Comovido com tal manifestação de apoio e amizade, diz que Salinas lhe era muito querida, pois ali se achava o túmulo de sua esposa e o berço da segunda (casara-se novamente com Melinda Ferreira Santiago). Deu-lhes permissão de em seu nome, telegrafar desistindo da permuta. Quando foi realizada a transmissão, após longa viagem a Montes Claros, estação mais próxima, o decreto de remoção já havia sido assinado pelo governador de Minas Gerais. Com isso, saiu de Salinas a cavalo com a família no dia 27 de março de 1908, chegando a Conceição do Mato Dentro no dia 21 de abril, vinte e quatro dias depois. Ali exerceu as suas funções de Juiz de Direito até 24 de junho de 1924, quando se aposentou por invalidez.
12/01/1932 - Falece em Rio Pardo o salinense Alvim Alexandrino Borges, filho de Dâmaso Alexandrino Borges e Clemência Pereira Borges. Era solteiro e alfaiate. Foi Escrivão de Paz interino em Rio Pardo.
14/02/1957 - Falece em Salinas aos sessenta e sete anos o Dr. Manuel Agostinho de Oliveira Morais, filho de Torquato José de Oliveira Morais e Ana Florinda de Oliveira Morais. Natural de Mariana (MG), estudou no Seminário de Mariana e formou-se na Faculdade de Direito de Belo Horizonte em 1924. Casou-se em Mariana com Cecília Carvalho Morais e, ficando viúvo, transfere-se para o distrito de Fortaleza de Salinas (atual município de Pedra Azul), depois para o município de Salinas, onde se casou com Clemência Miranda de Morais no dia 12 de fevereiro de 1929. Advogou na Comarca de Salinas de 1931 a 1940. Deixou viúva e os filhos Antônio Filomeno de Oliveira Morais, Ivo Miranda de Morais, Silvia de Oliveira Morais, Célia Miranda de Morais, Murilo Morais, Maria de Lourdes Morais, Aliete Ione Morais, José Miranda de Morais, Lívia Miranda de Morais e Elmo Miranda de Morais.
10 de fevereiro de 2015
O BELÍSSIMO LIVRO "QUASE VERDADE"
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Capa do livro. |
Por Roberto Carlos Morais Santiago
O livro "Quase Verdade" (Belo Horizonte: Editora Alfstudio, 2009) é uma belíssima obra literária do escritor salinense Marcos Rodrigues Borges que merece leitura de todo salinense e não salinense. Aborda causos de sua infância e juventude e também da sociedade salinense com um humor extremamente inteligente.
Marcos Borges é filho de Geraldo Borges e Maria Nelly Borges, casado com Valéria Santiago Queiróz Borges e pai dos filhos Artur e Pedro. Atualmente mora em Belo Horizonte, onde fixou raízes.
O blog História de Salinas parabeniza o autor pela obra literária que engrandece a História do município, como também recomenda o livro pelos incríveis relatos. Quem tiver interesse, entrar em contato com o autor no e-mail mrb.borges@uol.com.br. Imperdível!
JOSÉ AMERICANO MENDES
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José Americano Mendes. |
Por Roberto Carlos Morais Santiago
A noite de quarta-feira, de 30 de dezembro de 1970, não foi tranquila para os moradores da pacata Salinas, norte de Minas Gerais, que vivia sob a batuta do regime militar. Dias antes participara de eleições para escolha de seus representantes. A cidade não tinha energia elétrica e sua iluminação noturna era muito precária. Depois de certa hora, a cidade imergia na escuridão total.
Foi nesse clima que o então delegado de polícia do município, José Americano Mendes, fora assassinado com vários tiros na ponte que liga o centro ao bairro São Geraldo. Os autores do terrível crime foram Oséas de Almeida e o filho Evaristo de Almeida. O crime assustou a sociedade salinense e repercutiu no país. Tanto, que foi objeto de reportagem da revista VEJA na época (edição nº. 122, página 14, de 6/1/1971). Eis o teor da reportagem:
“NORTE BRAVIO - Os tiros que se ouviram na noite de quarta-feira da semana passada em Salinas não foram de banditismo comum. Foram tiros de vingança política, disparados por Oséas de Almeida, 56 anos e seu filho Evaristo de Almeida, 22 anos, contra o delegado de polícia local, José Americano Mendes. Das oito balas de revólver calibre 32, cinco atingiram certeiramente o coração do delegado e trouxeram para a população de Salinas lembranças das antigas e violentas guerras de jagunços que decidiram a política local.
A razão direta do assassinato parece ter sido a aposentadoria e demissão dos matadores, pai e filho, dos postos que ocupavam no hospital público local. Eles perderam seus empregos três dias depois das eleições e atribuíram o fato às ligações que mantinham com o deputado eleito Sylo Costa, candidato adversário do deputado Geraldo Santana, poderoso chefe político do município e amigo do delegado assassinado. Em virtude da sua atuação política, José Americano Mendes havia sido afastado da delegacia durante o período eleitoral, mas retornou logo em seguida e, segundo Oséas, foi o causador da sua aposentadoria e também o autor de diversas ameaças contra ele e o filho.
Mas essa não é a única explicação que apareceu para o crime: de acordo com vários depoimentos, Oséas era metido a valentão e teria sido ameaçado pelo delegado por causa da forma como comemorou o seu Natal, trocando placas de casas comerciais e defecando em automóveis.”
14 de abril de 2014
"OCTACILÍADA: UMA ODISSÉIA DO NORTE DE MINAS" REGISTRA HISTÓRIA DA REGIÃO DE SALINAS
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Capa do livro. |
Por Roberto Carlos Morais Santiago
O raro livro "Octacilíada: Uma odisséia do Norte de Minas", autoria do salinense Abdênago Lisboa (1916-1977) foi lançado em 1992 pelo filho Apolo Heringer Lisboa. Aborda a trajetória de sua de sua família tendo como epicentro o pai Octacílio Lisboa, bem como revela aspectos históricos e culturais de Salinas e região desde os tempos do Império até meados da década de 1970. O livro possui, ainda, fotos históricas e diversas árvores genealógicas de famílias salinenses e outras regiões do Norte de Minas. O blog História de Salinas recomenda leitura a todo salinense que queira conhecer um pouco a história de sua terra... imperdível. O livro merece nova edição pelo seu valor histórico e cultural. O autor Abdênago Lisboa, além de pesquisador, escritor e poeta, foi o primeiro diretor da Escola Agrícola de Salinas.
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